Comerciantes e trabalhadores municipais começaram a limpar as ruas de Istambul e Ancara neste domingo, depois dos protestos mais violentos contra o governo turco em anos.

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Manifestantes acenderam fogueiras e houve confusão com a polícia durante a noite, mas as ruas estavam muito mais calmas depois de dois dias de confrontos, que resultaram em quase mil presos e centenas de feridos.

Os conflitos começaram como protestos contra os planos do governo de construir a réplica de uma instalação otomana, que abrigaria apartamentos e lojas, em Taskim, há muito um lugar de manifestações políticas.

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O movimento acabou tornando-se um ato contra o primeiro-ministro Tayyip Erdogan e o seu partido de raízes islâmicas.

Neste domingo, a chuva parece ter afastado as pessoas da Praça Taskim, em Istambul, onde os protestos começaram, mas não abalou um pequeno grupo de manifestantes, que ali permanecia ao redor de uma fogueira.

Lixo e destroços se acumularam na praça depois dos conflitos com a polícia, que usou gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes.

Comerciantes apagavam pichações contra o governo das paredes. Os slogans também foram pintados em veículos queimados, incluindo um ônibus e um carro da polícia.

Nas redes sociais, há chamados para novos protestos neste domingo tanto em Istambul quanto em Ancara, mas não está ainda claro quantos comparecerão.

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"Vamos ficar aqui até o fim", afirmou Akin, que permaneceu na praça pelos últimos quatro dias. "Não vamos embora. Estamos cansados desse governo opressor nos colocando constantemente sob pressão. Isso não é mais só por causa da árvores", disse ele.

Houve mais de 90 manifestações diferentes ao redor do país na sexta-feira e no sábado, segundo autoridades. Mais de mil pessoas ficaram feridas em Istambul, e centenas ficaram feridas em Ancara, de acordo com médicos.

A agressividade da polícia deixou os turcos e os turistas chocados. Organizações internacionais de direitos humanos protestaram contra a ação.

Helicópteros jogaram cilindros de gás lacrimogêneo em áreas residenciais, e a polícia também usou o gás para tentar retirar pessoas de prédios. Um vídeo no YouTube mostra um manifestante sendo atingido por veículo blindado da polícia que atacava uma barricada.

Sob o governo de Erdogan, a Turquia passou por uma transformação e, de uma economia frágil, virou um dos países que mais cresce na Europa.

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Ele permanece um político popular, mas críticos atacam o que veem como autoritarismo e conservadorismo religioso do premiê.