A ex-primeira-ministra ucraniana e líder opositora Yulia Tymoshenko foi libertada hoje e abandonou a clínica onde estava internada desde maio 2012| Foto: REUTERS/Inna Petrykova

A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko disse neste sábado que "a ditadura caiu" e anunciou que será candidata às eleições presidenciais de 25 de maio.

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"A ditadura caiu. E caiu não graças aos políticos e diplomatas, mas graças à gente que saiu (às ruas) para defender a si mesmo, suas famílias e seu país", declarou Tymoshenko, que foi condenada em 2010 a sete anos de prisão por abuso de poder.

Tymoshenko fez as declarações no aeroporto da cidade oriental de Kharkiv antes de viajar para Kiev para se dirigir aos manifestantes opositores concentrados na Praça da Independência - ou Maidan.

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A líder opositora foi libertada hoje e abandonou a clínica onde estava internada desde maio 2012 devido a uma hérnia de disco, pouco depois que a Rada Suprema (Parlamento), controlada agora pela oposição, destituiu o presidente, Viktor Yanukovich.

Yanukovich denunciou hoje que os últimos eventos violentos que aconteceram na Ucrânia são um golpe de Estado e anunciou que nem renunciará nem deixará o país.

Enquanto isso, os líderes do Maidan, bastião opositor dos protestos antigoverno há três meses, asseguraram que estão à espera da chegada de Tymoshenko, considerada a heroína da sangrenta Revolução Laranja de 2004.

Antes, a Rada da Ucrânia aprovou uma resolução para "cumprir os compromissos internacionais" que exigiam a libertação de Tymoshenko, em alusão às reivindicações da União Europeia e dos Estados Unidos.

O novo presidente da Rada, Aleksandr Turchínov, braço direito de Tymoshenko, afirmou que a libertação imediata da carismática política era vital, já que "sua vida corria perigo".

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Ao ser liberada e reabilitada, Tymoshenko poderá se apresentar às eleições presidenciais convocadas hoje pela Rada para 25 de maio.

Contra todas as previsões, Tymoshenko foi derrotada por Yanukovich nas eleições realizadas em 2010, depois do que foi processada e condenada por assinar um acordo de gás com a Rússia que as novas autoridades consideraram custoso para os cofres do país.