A líder opositora ucraniana Yulia Tymoshenko, presa e em greve de fome há 20 dias, aceitou nesta quarta-feira ser transferida a um hospital para iniciar seu tratamento e finalizar seu protesto.
"As autoridades aceitaram sua exigência, e Tymoshenko foi internada. Hoje mesmo o doutor alemão Lutz Harms começa o tratamento para acabar com a greve de fome e iniciar o tratamento médico que requer seu grave estado", disse à Agência Efe o deputado e advogado de Tymoshenko, Sergei Vlasenko.
A líder opositora exigia desde o início de sua doença que o tratamento fosse dirigido e controlado por médicos independentes, especificamente por Luntz.
Após uma revisão médica da ex-primeira-ministra, efetuada na segunda-feira, Luntz advertiu, segundo Vlasenko, que "se o tratamento não fosse iniciado imediatamente as consequências poderiam ser nefastas e, certamente, não poderá recebê-lo sem antes interromper a greve de fome".
"Infelizmente, os médicos ucranianos estão sob pressão política. Por isso se veem obrigados a dizer, apesar de seu profissionalismo, que ela está saudável e não necessita de tratamento", disse o advogado, que junto a Yevguenia, a filha de Tymoshenko, compareceu ontem perante a imprensa para advertir do grave estado da líder opositora.
Yevguenia Tymoshenko disse na terça-feira que à simples vista sua mãe teria perdido dez quilos, sofrendo enjôos e perdas de consciência.
Tymoshenko, de 51 anos, se declarou em greve de fome após alegar ter sido agredida em 20 de março por agentes penitenciários durante sua mudança forçada a uma clínica fora da prisão para receber tratamento por conta de uma hérnia de disco.
A líder opositora ucraniana cumpre uma pena de sete anos de prisão por abuso de poder, delito do qual se declara inocente, e atualmente enfrenta um segundo julgamento por evasão tributária. Se condenada, Tymoshenko pode pegar outros 12 anos de prisão.