O vice-ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Danylo Lubkivsky, afirmou ontem que seu país enfrentará uma possível invasão russa "a qualquer momento" e advertiu que se defenderá.
"Se a Rússia cruzar a fronteira, lutaremos para defender nosso país", assegurou Lubkivsky em entrevista coletiva na sede das Nações Unidas. "Há momentos na história de cada nação em que é preciso defender a pátria, o país e a independência", afirmou.
O representante de Kiev ressaltou que a vontade de seu governo é conseguir uma solução pacífica para o conflito e chamou Moscou e os separatistas pró-Rússia a retomar as negociações.
Segundo Lubkivsky, a Rússia está descumprindo os acordos feitos na semana passada em Genebra e está pondo em risco os princípios em que a comunidade internacional se baseia.
Também ontem, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de conspirar para controlar a Ucrânia e disse que os insurgentes pró-Rússia no sudeste devem entregar as armas apenas se o governo ucraniano desocupar o acampamento de protesto na Praça da Independência da capital Kiev.
Sequestro
Ainda na sexta-feira, o Ministério do Interior da Ucrânia acusou separatistas pró-Rússia de sequestrar um ônibus com sete observadores da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), perto de Slaviansk, na região leste ucraniana.
Líderes dos ativistas pró-Rússia na região confirmaram à BBC britânica que o ônibus foi retido, mas disseram que a intenção era checar a identidade das pessoas a bordo.
Segundo testemunhas, o ônibus retido não levava integrantes da principal missão da OCDE, mas observadores militares desarmados de alguns países-membros do bloco, entre eles a Alemanha.