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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta terça-feira (12) a prisão do político ucraniano pró-Rússia Viktor Medvedchuk, amigo do presidente russo, Vladimir Putin.
“Uma operação especial foi realizada graças ao Serviço de Segurança Ucraniano. Bravo!”, escreveu Zelensky em seu canal no Telegram.
A mensagem aparece acompanhada por uma foto de Medvedchuk, sentado, algemado e vestido com roupas militares com um distintivo da bandeira ucraniana.
Medvedchuk estava em prisão domiciliar por ordem de um juiz, mas fugiu em 24 de fevereiro, justamente no mesmo dia em que a Rússia iniciou sua “operação militar especial” na Ucrânia.
O político e empresário de 67 anos é acusado de alta traição por revelar segredos de Estado, ter negócios na península anexada da Crimeia, trabalhar para a Rússia e ter “vínculos sólidos” com Putin.
De fato, Medvedchuk visitou Moscou várias vezes para se encontrar com Putin, o que foi amplamente noticiado na televisão pública russa, a última vez em julho de 2019, quando Zelensky já era presidente.
Além disso, sempre defendeu a concessão de um status de autonomia para a região de Donbass e chegou até a apresentar um plano de paz que foi apoiado por Moscou.
Esse plano, que incluía a concessão de altos níveis de autogoverno às áreas controladas pelos separatistas pró-Rússia e sua própria força policial, também foi apresentado ao Parlamento Europeu.
“Se você me perguntar quem pode liderar o Estado ucraniano, eu mencionaria Zelensky por último”, disse Medvedchuk à Agência Efe antes das eleições presidenciais ucranianas de 2019, vencidas pelo atual presidente.
Em 2021, Putin havia qualificado a prisão domiciliar de Medvedchuk, líder do partido Plataforma Opositora pela Vida, de “expurgo do espaço político” na Ucrânia e alertou que a Rússia reagiria “de maneira oportuna e adequada”.
“As decisões são claramente políticas e arbitrárias, e visam limpar o espaço político das forças que defendem uma solução pacífica para a crise no sudeste da Ucrânia, em Donbass, e relações de boa vizinhança com a Rússia”, declarou Putin então.