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Putin cumprimenta o presidente ucraniano Petro Poroshenko, durante encontro em Minsk | Sergei Bondarenko/Reuters
Putin cumprimenta o presidente ucraniano Petro Poroshenko, durante encontro em Minsk| Foto: Sergei Bondarenko/Reuters

Encontro

Kiev deve dar o primeiro passo para um acordo de paz, afirma Putin

Agência O Globo

Líderes russos e ucranianos concluíram seu primeiro encontro na capital da Bielo-Rússia no qual discutiram a crise humanitária e política no leste da Ucrânia. Embora tenham chegado a acordos em alguns pontos, os dois países ainda não estabeleceram condições para um cessar-fogo na região.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia fará tudo que for possível para facilitar um processo de paz na Ucrânia desde que Kiev reúna as condições necessárias para um cessar-fogo, e descreveu o encontro com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, como "positivo".

"A Rússia fará tudo pelo processo de paz, caso Kiev dê o primeiro passo", afirmou Putin.

O presidente russo, que reconheceu a possibilidade de que soldados russos tenham cruzado a fronteira com a Ucrânia, afirmou ainda que os dois lados concordaram que a retomada dos diálogos sobre gás e energia é urgente.

Ucrânia e Rússia chegaram a um acordo para iniciar consultas entre guardas de fronteiras e membros de governo dos dois países numa tentativa de produzir condições iniciais para que um acordo maior seja alcançado no Leste da Ucrânia.

O governo ucraniano anunciou ontem que capturou dez soldados russos na região de Donetsk, foco do conflito com separatistas no leste do país. Paraquedistas militares, os russos foram detidos, segundo Kiev, com documentos de identidade e armas perto de Dzerkalne, a 20 km da fronteira e a 50 km do reduto sob controle dos rebeldes pró-Rússia.

Autoridades ucranianas divulgaram um vídeo mostrando um suposto interrogatório dos soldados. O episódio foi usado pelo governo para reforçar a acusação de que a Rússia tem apoiado o movimento separatista.

Fontes do ministério rus­­so da Defesa confirmaram a agências de notícias a de­­tenção dos soldados. Ar­­gu­­men­­taram, porém, que eles cru­­zaram a fronteira para o ter­­ritório ucraniano por "acidente". A versão não foi aceita por Kiev.

"Isso não foi um engano, mas uma missão especial que eles estavam realizando", rebateu o porta-voz da Defesa ucraniana, Andriy Lisenko. A detenção dos militares russos foi divulgada no mesmo dia em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontrou-se com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, numa cúpula diplomática na Bielo-Rússia.

Uma moradora de Novo­azovsk, no sudeste da Ucrânia, disse na segunda-feira que viu uma coluna de veículos blindados se aproximar da cidade e abrir fogo. "Tudo começou às 8 h da manhã, apareceram tanques, não menos do que sete", disse a mulher, que deu apenas o nome de Lyudmila, à Reuters, por telefone. "Agora mesmo posso ouvir estrondos, explosões... os moradores estão se escondendo."

Ainda na segunda-feira, em Kiev, autoridades ucranianas disseram que a coluna era uma incursão de tropas russas que estão combatendo ao lado de separatistas pró-Moscou — mais uma acusação negada por Moscou.

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