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Tensão

Ucrânia convoca reservistas e põe unidades militares em alerta de combate

O Ministério da Defesa da Ucrânia mobilizou neste domingo os reservistas e ordenou que os comandantes militares colocassem em estado de alerta de combate suas unidades devido à intervenção militar russa na península da Crimeia.

O secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia (CDSN), Andrei Parubi, anunciou a convocação dos militares em um pronunciamento diante da imprensa na Rada Suprema (Legislativo), reunida hoje em Kiev.

Parubi acrescentou que a convocação dos reservistas só afetará "aqueles que o Ministério da Defesa considere necessários".

"Precisamos de um exército unido, necessitamos de ações coordenadas", ressaltou.

O responsável deste órgão adjunto à presidência assinalou também que foram dadas instruções para que o Conselho de Ministros "aloque imediatamente todos os recursos necessários para defender os direitos dos cidadãos e a unidade territorial da Ucrânia".

Igualmente, o Ministério das Relações Exteriores deve dirigir-se sem demora aos órgãos correspondentes dos países signatários do Memorando de Budapeste - Estados Unidos e Reino Unido - para manter consultas urgentes e garantam a segurança da Ucrânia.

Este tratado, que foi assinado em dezembro de 1994 na capital húngara, garante por parte dos países signatários (também Rússia entre eles) a segurança da Ucrânia, sua soberania e integridade territorial depois que renunciou às armas nucleares herdadas da União Soviética.

O Ministério do Interior foi encarregado de reforçar a proteção das instalações energéticas do país e outras infraestruturas estratégicas.

Parubi acrescentou que ordenou a criação de um Estado-Maior operacional liderado por ele mesmo e que inclua os representantes dos órgãos centrais do poder na Ucrânia, para reagir à situação na república da Crimeia.

Ucrânia fecha seu espaço aéreo para aviões não comerciais

A Ucrânia fechou seu espaço aéreo aos aviões não comerciais, anunciou o presidente interino do país, Alexánder Turchinov.

Enquanto isso, uma coluna de caminhões militares russos está avançando pela estrada rumo a Simferopol, capital da república autônoma ucraniana da Crimeia, saindo da cidade de Sebastopol, onde tem sua base a Frota Russa do Mar Negro, segundo imagens divulgadas pela televisão local.

Ministro do Interior da Ucrânia também acusou a Rússia de oferecer cidadania a tropas

O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, acusou o governo de Moscou de oferecer cidadania russa aos militares ucranianos presentes na Crimeia. Em relato postado em sua página no Facebook, o ministro disse que "em todo o território da Crimeia, os emissários russos e oficiais militares convidaram as tropas restantes do Ministério do Interior da Ucrânia para receber imediatamente cidadania e passaporte russos".Unidades fortemente armadas, supostamente russas, assumiram o controle da região ao longo dos últimos dias. Nesse sábado (01), o parlamento da Rússia autorizou o presidente Vladimir Putin a utilizar forças militares na Ucrânia, aumentando os temores do Ocidente de que as forças russas podem intervir na Ucrânia.

Putin defendeu o direito da Rússia de intervir no país devido ao que considerou "ameaças reais para a vida e a saúde dos cidadãos russos em território ucraniano". Ontem, em telefonema com o presidente norte-americano, Barack Obama, ele advertiu que "se a violência se espalhar ainda mais nas regiões orientais da Ucrânia e da Crimeia , a Rússia se reservará ao direito de defender os seus interesses e os da população de língua russa que moram nessas regiões".

Avakov negou que forças ucranianos tenham feito qualquer ameaça à população de origem russa na península e culpou a Rússia pelo uso excessivo de forças militares na região.

"Na Crimeia, não há forças do Ministério do Interior ou do exército ameaçando cidadãos da Federação da Rússia ou a população de língua russa", afirmou. Ainda segundo ele, forças independentes de Maidan saíram de Kiev para Crimeia. Maidan é a praça central de Kiev, que serviu como o coração de uma onda de protestos, que derrubou o governo do presidente pró-russo Viktor Yanukovych em 2 de fevereiro.

"Toda a desestabilização na Crimeia veio da Rússia e está sendo idealizada pelo país", concluiu o ministro ucraniano.

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