As autoridades da Ucrânia registraram mais de 71 mil casos de supostos crimes de guerra durante o primeiro ano da invasão russa, e identificaram 276 suspeitos de diferentes crimes, emitindo 26 sentenças . Os dados foram contabilizados pela Eurojust (European Union Agency for Criminal Justice Cooperation) nesta quinta-feira (23).
A representante da Ucrânia na Eurojust, Myroslava Krasnoborova, disse durante entrevista coletiva em Haia que mais de 71 mil casos de supostos crimes de guerra e mais de 16 mil crimes contra a segurança nacional do país foram registrados desde 24 de fevereiro do ano passado.
Além disso, cerca de 276 pessoas foram identificadas como suspeitas de diferentes tipos de crimes cometidos no contexto da invasão russa, e os casos de 99 acusados foram encaminhados a um tribunal ucraniano. Com base em todas as investigações iniciadas, a Justiça ucraniana emitiu até agora um total de 26 sentenças.
“Embora os danos causados pela invasão russa não possam ser reparados, podemos garantir que os responsáveis sejam levados à Justiça”, disse Krasnoborova, que celebrou o estabelecimento do Banco de Dados Internacional de Evidências Criminais (CICED), uma ferramenta que pode “acelerar o debate atual sobre um eventual julgamento" pelo crime de agressão, condicionada a diversos princípios jurídicos que dificultam seu processo.
Trata-se de uma base de dados judicial destinada a preservar, armazenar e analisar provas de crimes internacionais de "forma segura", pelo que as soluções técnicas para a transmissão e armazenamento seguros dessas provas "já estão implementadas e será adicionado um módulo de análise avançada em nos próximos meses", disse a Eurojust.
O CICED ajudará nas investigações sobre a Ucrânia, mas também sobre outros conflitos em que possam ocorrer "crimes internacionais", que são crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio e agressão.
Além disso, procurará evitar a perda de provas durante um conflito ainda em curso, bem como a identificação de investigações paralelas para o uso mais eficiente de recursos e menor risco de erros jurídicos, ajudando também a manter uma visão central das vítimas entrevistadas, para evitar a revitimização por entrevistas repetidas.
No entanto, a utilização desta plataforma é voluntária e apenas as autoridades nacionais competentes podem apresentar informações ou provas nesta base de dados, o que exclui, por exemplo, ONGs ou organizações de jornalistas de investigação.
Rússia já disparou quase 5 mil mísseis contra Ucrânia
Grande parte da destruição provocada pela Rússia na Ucrânia é oriunda dos quase 5 mil mísseis disparados pelos russos em solo ucraniano. A informação foi repassada por Oleksii Hromov, subchefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas ucraniana.
"Devido à falta de mísseis de alta precisão em seu arsenal, as forças russas utilizam mísseis de cruzeiro anti-navio Kh-22, os chamados 'carrier killers', para destruir a infraestrutura civil ucraniana", disse Hromov.
O militar também destacou que os ucranianos também sofreram durante a invasão um total de 1,1 mil ataques com veículos aéreos não tripulados (drones).
Somente durante este mês de fevereiro, as forças ucranianas abateram seis aviões, dois helicópteros, 80 mísseis de cruzeiro e 84 UAVs (veículos aéreos não tripulados) dos russos.
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