A Ucrânia deu até a manhã de segunda-feira para separatistas pró-Rússia abaixarem as armas ou eles vão enfrentar uma "operação antiterrorista de grande escala" das Forças Armadas, aumentando o risco de um confronto militar com Moscou.
O presidente interino Oleksander Turchinov deu aos rebeldes que ocupam prédios públicos prazo até as 6h (3h no Brasil) para depor as armas, após a morte de um oficial de segurança do governo e do ferimento de dois companheiros ao leste da cidade de Slaviansk.
"O Conselho de Segurança Nacional e Defesa decidiu lançar um ofensiva de grande escala antiterrorista envolvendo as Forças Armadas da Ucrânia", disse Turchinov em um comunicado à nação.
Ele culpou a Rússia, que anexou a região ucraniana da Crimeia quando o ex-presidente, apoiado por Moscou, Viktor Yanukovich fugiu depois de meses de protestos pró-ocidente, de estar por trás dos rebeldes em cidades que falam russo no leste da Ucrânia.
"Não vamos permitir que a Rússia repita o cenário da Crimeia em regiões orientas da Ucrânia", disse Turchinov.
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia chamou a planejada operação militar de "ordem criminal" e disse que o Ocidente precisa controlar o aliado governo ucraniano.
"Agora é responsabilidade do Ocidente prevenir uma guerra civil na Ucrânia", disse o ministério, em um comunicado.
Um diplomata que integra o Conselho de Segurança da ONU disse à Reuters, sob condição de anonimato, que o conselho vai se reunir em Nova York às 20h (hora local) a pedido da Rússia. Outro diplomata disse que as negociações sobre a participação da Ucrânia estavam em andamento.
Mais cedo, a embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power, disse no programa "This Week", da emissora de televisão ABC", que os últimos eventos na Ucrânia indicam "o envolvimento de Moscou".
"O presidente deixou claro que, dependendo do comportamento da Rússia, sanções em energia, bancos e mineração podem estar em jogo, e há muita coisa no meio disso", acrescentou.
A Ucrânia repetidamente disse que as rebeliões são inspiradas e lideradas pelo Kremlim. Mas ações para desarmar os rebeldes podem resultar em um novo cenário, perigoso, porque Moscou avisou que vai proteger as regiões pró-Rússia, se elas estiverem sob ataque.
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