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Guerra no leste europeu

Ucrânia diz controlar 74 cidades na região russa de Kursk; ofensiva avança em diversas frentes

Volodymyr Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN / POOL)

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A incursão ucraniana na região russa de Kursk fez com que a Ucrânia assumisse o controle de 74 cidades desse território localizado no sul da Federação Russa, segundo garantiram as autoridades do país de Volodymyr Zelensky.

O próprio Zelensky, depois de falar com o comandante das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Sirski, afirmou através da sua conta na rede social Facebook que um total de 74 cidades russas estão sob controle ucraniano, destacou na noite de terça-feira (13) a agência de notícias Ukrinform.

“Apesar dos combates difíceis e intensos, o avanço das nossas forças na região de Kursk continua”, escreveu Zelensky.

Segundo o chefe de Estado ucraniano, nestas áreas controladas pelo Exército ucraniano estão atualmente sendo realizadas “inspeções”, “medidas de estabilização” e trabalhos para tomar “decisões humanitárias”, relatou a Ukrinform.

No entanto, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), uma organização americana que acompanha de perto a evolução da invasão russa e da defesa da Ucrânia, questiona que as forças ucranianas controlem todo o território que Kiev afirma ter dominado e que foi estimado em cerca de 1.000 quilômetros quadrados.

“Não está claro se Zelensky quis dizer que as forças ucranianas estão operando em 74 assentamentos ou se se referia a outros tipos de unidades administrativas geográficas”, afirma o último relatório sobre a situação do ISW, em um texto publicado na terça-feira, mas divulgado nesta quarta-feira (14) pela imprensa ucraniana.

Ofensiva em Kursk avança em diversas frentes, diz Zelensky

Zelensky afirmou nesta quarta-feira que a ofensiva em Kursk está avançando em diversas frentes e que em alguns pontos avançaram um ou dois quilômetros desde o início do dia.

“Capturamos mais de 100 soldados russos durante este período”, acrescentou Zelensky em uma mensagem publicada nas redes sociais e na qual faz alusão a um relatório sobre a situação fornecido pelo seu comandante-em-chefe, Oleksandr Sirski.

"Estou grato a todos os envolvidos. Isto irá acelerar a volta para casa dos nossos meninos e meninas", disse o presidente ucraniano na sua mensagem.

Ao mesmo tempo, Zelensky alertou que o comando militar não esquece “nem por um momento” a situação no leste do país, onde as forças russas exercem grande pressão na frente de Pokrovsk, na região de Donetsk, com uma total de 54 ataques registrados na terça-feira.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano declarou ontem que a Ucrânia "ao contrário da Rússia, não precisa de territórios estrangeiros" e que o objetivo da incursão é proteger os civis ucranianos nas regiões fronteiriças, enquanto o próprio Zelensky destacou que com essa operação busca exercer pressão sobre Moscou.

Emissora de TV ucraniana mostrou soldados removendo bandeira russa em Sudzha

Ainda nesta quarta-feira, uma emissora de televisão ucraniana mostrou as primeiras imagens da cidade russa de Sudzha, na região de Kursk, que o Exército de Kiev afirma ter tomado sob o seu controle no âmbito da sua ofensiva transfronteiriça.

Correspondentes do canal de notícias ucraniano 1+1 filmaram como vários soldados ucranianos retiraram uma bandeira russa de um edifício administrativo da cidade, com cerca de 5.000 habitantes.

A equipe também registrou os restos carbonizados de uma coluna militar russa na entrada da cidade, que foi destruída quando se deslocava em direção à fronteira com a Ucrânia, segundo explicou a repórter da emissora, Natalia Nagorna, em um link realizado após seu retorno à cidade ucraniana de Sumi.

As imagens de Sudzha também mostram uma dúzia de edifícios, todos aparentemente intactos, filmados a partir de um veículo em movimento.

A repórter destacou o contraste com as cidades destruídas e tomadas pela Rússia na Ucrânia, já que, segundo seu relato, Sudzha sofreu apenas “pequenos danos”, principalmente devido às bombas russas.

Os militares ucranianos conseguiram afastar as forças russas longe o suficiente para que sua artilharia e drones não possam atacar Sudzha, mas as explosões de bombas aéreas podiam ser ouvidas “o tempo todo”, disse a jornalista.

Segundo Nagorna, da população total da cidade hoje restam apenas cem residentes, escondidos nos porões, incluindo crianças com apenas um ano de idade, que estão sendo “cuidadas” por soldados ucranianos.

O vídeo mostra ainda soldados ucranianos levando água e alimentos aos moradores depois da chegada do primeiro carregamento de ajuda humanitária nesta quarta-feira.

Segundo Nagorna, os moradores disseram que as autoridades russas não os avisaram que deveriam evacuar a cidade.

“Eles pegaram suas coisas e foram embora, enquanto muitas pessoas ficaram sem água, comida e outras coisas básicas”, declarou aos jornalistas ucranianos uma mulher identificada como moradora de Sudzha.

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