Autoridades da Ucrânia buscam assegurar aos países europeus de que as entregas de gás russo pelo território ucraniano não serão prejudicadas pela suspensão do abastecimento de gás da Rússia ao país.
A gigante de energia russa OAO Gazprom cortou o gás para a Ucrânia em meio ao impasse envolvendo o atraso no pagamento da dívida ucraniana e a discussão de novos preços para o gás natural, o que desencadeou temores na Europa quanto à segurança do gás enviado pela Rússia através do território ucraniano.
Uma delegação ucraniana liderada pelo Ministro da Energia, Uyri Prodan, deve iniciar uma visita às capitais europeias para discutir eventuais problemas no abastecimento de gás e dar garantias sobre o trânsito do produto pela Ucrânia. "A delegação iniciou uma viagem por vários países da UE esta manhã", disse, em comunicado, o representante de segurança de energia do presidente Viktor Yushchenko, Bogdan Sokolovsky.
A delegação se encontrará primeiro com o primeiro-ministro, Mirek Topolanek, da República Checa, que assumiu a presidência rotativa da União Europeia ontem. "O principal objetivo da viagem é apresentar as garantias sobre o trânsito (do gás) em território ucraniano e consultar especialistas europeus a respeito das negociações.
Cerca de 25% do gás utilizado na UE - mais de 40% do gás importado pelo bloco de 27 países europeus - são procedentes da Rússia, a maior parte do qual passa pelos gasodutos que cruzam a Ucrânia.
Negociação
Yushchenko também enviou uma carta a oito líderes mundiais, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, informando a posição da Ucrânia sobre o impasse.
Segundo o texto da carta publicada no site presidencial, Yushchenko destacou que Kiev está buscando pagar preços de mercado pelo gás russo por um período de três anos. "O lado ucraniano manterá as negociações com seus parceiros com base nos acordos acima", diz a carta.
Yushchenko, num raro tom conciliador em uma disputa marcada por duras acusações mútuas, disse ontem à noite que os dois lados estavam "perto de um compromisso".
No entanto, o executivo-chefe da Gasprom, Alexei Miller, eliminou as esperanças de um acordo rápido, afirmando que Ucrânia teria de pagar US$ 418 por mil metros cúbicos do gás russo em 2009, mais do que o dobro do que pagou no ano passado. No início da semana, a Rússia ofereceu uma preço de US$ 250, que a Ucrânia rejeitou. Os US$ 179,5 que a Ucrânia pagou em 2008 está bem abaixo do valor pago pelos países europeus pelo gás russo.
Os grandes consumidores europeus de gás russo, incluindo a Alemanha e a Itália, não apontaram qualquer impacto imediato sobre o abastecimento para seus países, mas tanto a UE quanto os EUA manifestaram preocupação com o impasse.
"Exortamos a Rússia e a Ucrânia a resolverem sua disputa sobre a dívida do gás e os termos do acordo de fornecimento de gás natural de uma forma transparente e comercial", disse Gordon Duguid, vice-porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Tanto a Gazprom quanto a companhia de gás estatal da Ucrânia, Naftogaz, prometerem cumprir suas obrigações com os consumidores europeus.
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