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A Ucrânia, os Estados Unidos e organismos multilaterais condenaram nesta terça-feira (27) os referendos de anexação que foram realizados no leste e no sul ucraniano para que as regiões ocupadas em Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia sejam incorporadas pela Rússia.
Agências russas informaram que os resultados parciais indicam que a adesão foi aprovada com mais de 90% dos votos nas quatro áreas.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, postou no Twitter uma foto sua ao lado de Catherine Colonna, sua homóloga no governo da França, e escreveu: “Dei as boas-vindas à ministra Colonna em Kyiv para agradecer à França por estar ao lado da Ucrânia. Ambos condenamos os shows de propaganda russos chamados de ‘referendos’ e concordamos que o mundo deve responder resolutamente aumentando significativamente o apoio à Ucrânia e impondo novas sanções duras à Rússia”.
Os Estados Unidos informaram que apresentarão, em conjunto com a Albânia, uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para condenar os referendos de anexação realizados pelas lideranças de ocupação pró-Rússia.
“Os falsos referendos da Rússia, se aceitos, abrirão uma caixa de pandora que não conseguiríamos fechar”, declarou Linda Thomas-Greenfield, embaixadora americana nas Nações Unidas.
A própria ONU opinou que os referendos, cuja votação começou na sexta-feira passada e terminou nesta terça, “não podem ser considerados uma expressão genuína de vontade popular”. “Não podem ser considerados legais segundo o direito internacional”, afirmou a subsecretária-geral da ONU, Rosemary DiCarlo, no Conselho de Segurança.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também criticou os referendos. “Os falsos referendos realizados pela Rússia não têm legitimidade e são uma violação flagrante do direito internacional. Estas terras são da Ucrânia”, escreveu Stoltenberg no Twitter, apontando ainda que, durante conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “deixou claro que os aliados da OTAN estão firmes no seu apoio à soberania e ao direito de autodefesa da Ucrânia”.