O governo da Ucrânia e os líderes separatistas chegaram nesta sexta-feira (5) a um acordo de cessar-fogo no leste do país.
A informação foi confirmada nas contas do Twitter do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e da chamada "República Popular de Donetsk", declarada pelos rebeldes há quatro meses, ao tomar o controle de cidades estratégicas da região.
O cessar-fogo começa a partir das 18h do horário local (12h no Brasil), segundo os dois lados. "Foi assinado um protocolo preliminar para o acordo sobre cessar-fogo. Este protocolo deve entrar em vigor nesta sexta", disse Poroshenko.
Os detalhes do plano de paz ainda não foram divulgados.
Poroshenko informou que ordenou que suas forças respeitem o acordo a partir do horário combinado.
Representantes dos dois lados e também do governo russo se reuniram em Belarus para discutir um possível passo para encerrar o conflito que já matou 2.600 pessoas desde o começo do ano, segundo a ONU.
"Nada tem mais valor do que a vida humana e temos que fazer de tudo para colocar um fim a esse sofrimento. Estamos comprometidos com a paz", disse o presidente.
Nesta quinta (4), Poroshenko já sinalizava a possibilidade de um acordo depois que conversou por telefone, um dia antes, com o presidente russo, Vladimir Putin. Os líderes acertaram um plano de sete pontos para acabar com os combates no leste da Ucrânia.
Membros da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também participaram das conversas.
O cessar-fogo ocorre no mesmo dia em que a Otan (aliança militar ocidental) se reúne no País de Gales. Os líderes das potências ocidentais planejam aplicar novas sanções econômicas contra a Rússia, a quem acusam de apoiar militarmente os rebeldes no leste da Ucrânia.
Força Militar
A Otan decidiu criar uma nova força militar de reação rápida diante da preocupação dos países do leste da Europa pela crise na Ucrânia e também para fazer frente à ameaça que representa a facção radical Estado Islâmico, indicou o secretário-geral Anders Fogh Rasmussen nesta sexta.
"O momento de segurança que enfrentamos é mais imprevisível do que nunca: a Rússia está atacando a Ucrânia e há instabilidade no Oriente Médio e no norte da África. Nestes momentos turbulentos, a Otan precisa estar preparada para poder se defender", disse.