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Fim do contrato

Ucrânia fecha passagem de gás da Rússia após quase três anos de guerra

Gazprom Gás Rússia
Rússia afirmou que Gazprom sobreviverá sem a Ucrânia. (Foto: EFE/EPA/Anatoly Maltsev)

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A Ucrânia fechou nesta terça-feira (31) a passagem do gás natural da Rússia para a Europa. Após quase três anos de guerra, Kiev decidiu não prorrogar um contato com os russos que gera ao inimigo receitas multimilionárias. Embora o contrato expire no último dia de 2024, o corte real do fluxo de gás ocorrerá às 3h (de Brasília) da quarta-feira (1º).

O sistema de gasodutos ucraniano permite que o consórcio russo Gazprom exporte gás para Áustria, Hungria, Eslováquia e Moldávia, e o contrato de passagem prestes a expirar permitiu que a Ucrânia ganhasse cerca de US$ 700 milhões por ano.

Mas como disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em Bruxelas no dia 19 de novembro, o país não permitirá que a Rússia "ganhe bilhões a mais" enquanto continua sua agressão contra seu país.

A Rússia afirma que sobreviverá ao fechamento da passagem de seu gás pela Ucrânia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, expressou confiança de que a Gazprom será capaz de lidar com a perda do trânsito do produto pela Ucrânia. "Nós sobreviveremos, a Gazprom sobreviverá", declarou em entrevista coletiva de fim de ano.

O chefe do Kremlin enfatizou que a Rússia sempre defendeu o fornecimento de gás europeu e a "despolitização das questões econômicas", e alertou que o fim do trânsito pela Ucrânia levará ao aumento dos preços dos combustíveis.

Fontes da Comissão Europeia garantiram que o impacto dessa nova situação sobre a segurança do abastecimento da União Europeia será "limitado", como estava previsto.

Moscou até propôs bombear seu gás através da Polônia. "A Polônia fechou a rota através de seu território. Há uma rota ativa lá, ninguém a atacou, não há explosões, ela funciona, basta apertar o botão, só isso, e (o gás) passará pelo território da Polônia", afirmou Putin.

Países afetados buscam alternativas

A Ucrânia tem sido inflexível em sua decisão de não prorrogar o contrato de trânsito com a Gazprom, levando a propostas, como a do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, para que as empresas europeias comprem o gás na fronteira russo-ucraniana, o que faria com que ele deixasse de ser russo. De acordo com Orbán, isso forçaria a Ucrânia a permitir o trânsito do gás de acordo com seu acordo de livre comércio com a União Europeia.

Na última semana, o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ameaçou a Ucrânia com retaliação, inclusive com o corte do fornecimento emergencial de eletricidade, se o país não revisar sua posição sobre o trânsito de gás russo.

A resposta de Zelensky foi rápida: "Parece que Putin deu a Fico a ordem de abrir a segunda frente energética contra a Ucrânia às custas dos interesses do povo eslovaco', escreveu ele na rede social X (ex-Twitter). "As ameaças de Fico de cortar o fornecimento emergencial de energia da Ucrânia neste inverno, enquanto a Rússia ataca nossas usinas e nossa rede de energia, só podem ser explicadas por isso", enfatizou.

O corte do trânsito de gás russo através da Ucrânia afeta significativamente a Moldávia, que no dia 13 decretou emergência energética de 60 dias em antecipação à falta de energia, já que sua única usina termoelétrica funciona com gás da Rússia.

Na região separatista moldava da Transnístria, a situação é ainda mais grave, pois ela depende exclusivamente do gás russo, enquanto o restante da Moldávia pode receber suprimentos da vizinha Romênia.

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