O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, garantiu nesta segunda-feira (16) em Sófia que o exército de seu país cumpre o cessar-fogo que entrou em vigor à meia-noite do sábado no leste, mas que a situação continua complicada.
"O exército da Ucrânia respeita o acordo de Minsk apesar de que nas últimas 24 horas recebemos pelo menos 112 ataques com artilharia e mísseis", disse Klimkin em entrevista coletiva depois de se reunirem com seu colega búlgaro, Daniel Mitov.
Ele atribuiu a agressão aos separatistas pró-Rússia, e os chamou de "os terroristas de Donetsk e Lugansk".
Klimkin confirmou a recente acusação do porta-voz do comando das tropas ucranianas na zona do conflito, Anatoli Stelmaj, de que "as formações armadas ilegais não cumprem os acordos".
O chefe da diplomacia búlgara insistiu no compromisso de seu país com o acordo alcançado em Minsk na semana passada como "a única via para a paz".
Temos que apoiar a cessação do fogo. Parece simples: parar o fogo, retirar a artilharia e trocar prisioneiros", e além disso conseguir que "a ajuda humanitária alcance finalmente as pessoas que precisam, pelo menos alimentos e remédios. Mas a situação (na região do conflito) é extremamente complicada", advertiu.
O ministro lembrou que Kiev ofereceu uma ampla autonomia à região em conflito, um "estatuto especial" com a possibilidade de eleições locais para nomear dirigentes que trabalhem pela recuperação dos lugares destruídos, e a criação ainda de uma zona de livre economia.
No entanto os pró-Rússia também acusaram Kiev de descumprir o cessar-fogo.
O número dois das milícias da autoproclamada república popular de Donetsk, Eduard Basurin, acusou os militares ucranianos de retomarem os bombardeios contra várias localidades.
"Nas últimas 24 horas constatamos 27 violações do cessar-fogo, que incluem bombardeios nos arredores das cidades de Donetsk e Gorlovka", disse Basurin, citado por DAN, a agência de notícias dos separatistas
Além do encontro com seu colega búlgaro, Klimkin se reuniu em Sófia com o ministro de cultura, Vezdi Rashidov, que entregou dois ícones ortodoxos roubados da Ucrânia e confiscados pela polícia búlgara.
Espera-se também que o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, receba hoje a Klimkin.