Fontes não oficiais relataram ao portal "Politico" nesta quinta-feira (30) que o governo americano deu permissão para a Ucrânia fazer ataques dentro da Rússia, perto da região de Kharkiv, usando armas fornecidas pelos Estados Unidos.
"O presidente (Joe Biden) recentemente ordenou à sua equipe que garanta que a Ucrânia possa usar armas dos EUA para fins de contra-ataque em Kharkiv, para que a Ucrânia possa responder às forças russas que os atacam ou se preparam para atacá-los", disse uma autoridade dos EUA ao portal. A mudança não foi descartada nem confirmada pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
Caso seja confirmada, a decisão vem atender um pedido da Ucrânia para se defender contra ataques na fronteira de Kharkiv, desde o início da ofensiva russa na região neste mês. A fonte assegura, no entanto, que a política de não permitir ataques de longo alcance dentro da Rússia "não mudou".
A Ucrânia poderia agora usar foguetes e lançadores de foguetes para abater mísseis russos lançados contra tropas que se aglomeram do outro lado da fronteira russa, além dos bombardeiros russos que lançam bombas no território ucraniano.
"A flexibilidade da política pode ter sido concedida pelo presidente Joe Biden", disse outra autoridade. A Ucrânia não pode, porém, segundo a fonte, usar essas armas para atacar a infraestrutura civil ou lançar mísseis de longo alcance para atingir alvos militares na região central da Rússia. Por exemplo, o Sistema de Mísseis Táticos do Exército.
A permissão para tais ataques havia sido sugerida publicamente pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na qurta-feira (29). Foi a primeira autoridade a dizer que Biden poderia mudar de rumo conforme a necessidade.
Os principais aliados dos EUA, como Reino Unido e França, também já haviam se manifestado pelo direito da Ucrânia atacar dentro da Rússia usando armas ocidentais. Mas não há unanimidade sobre o assunto no bloco aliado. Estados Unidos e Alemanha ainda não autorizaram oficialmente o uso de suas armas nas operações ucranianas contra a Rússia. O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, já disse nesta semana que os caças F-16 que ele entregará a Kiev não poderão ser usados no país vizinho.
Por outro lado, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, tenha pedido a Kiev que desse o sinal verde, um apelo que foi repetido nesta semana pela França. Em resposta as movimentos, a Rússia acusou a Otan de iniciar uma nova fase de tensão ao incentivar ataques ucranianos contra alvos em território russo com armamento ocidental.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considera "injusto" que seu governo não possa usar armas ocidentais para responder a ataques da Rússia.
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