A primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, proclamou, nesta quarta-feira (21), que seu país foi o vencedor da disputa por gás natural com a Rússia, embora os preços mais altos certamente atingirão em cheio a economia ucraniana.

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Tymoshenko disse, durante um sessão do gabinete, que a Ucrânia conquistou "grande condições" sob o acordo negociado após duas semanas de corte de suprimento de gás russo para os países europeus .

O acordo de segunda-feira dobrou o preço que a Ucrânia tem de pagar pelo gás russo no primeiro trimestre de 2009. Acredita-se que os preços do gás irão cair no decorrer do ano, mas a Ucrânia deve pagar significativamente mais este ano pelo gás russo do que pagou em 2008.

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Como parte do acordo, a taxa que a Rússia paga à Ucrânia pela passagem do gás por seus gasodutos continua sem alterações em 2009. O acordo foi saudado pela União Europeia (UE), mas criticado na Ucrânia.

A Ucrânia estava se esforçando para pagar a Rússia, mesmo com os preços praticados no ano passado, já que o país enfrenta o colapso de sua moeda, queda nas exportações e problemas em seu setor bancário.

O rival político de Tymoshenko, o presidente Viktor Yushchenko, assinou o acordo dizendo que o preço era muito alto e que vai enfraquecer as indústrias química e de metais do país. O escritório de Yushchenko informou, porém, que a Ucrânia não vai tentar reconsiderar o acordo.

Chris Weafer, estrategista-chefe do banco Uralsib, com sede em Moscou, disse que a economia ucraniana é uma "clara perdedora" com o acordo.

A economia ucraniana foi uma das mais atingidas pela crise financeira global. O país conta com um empréstimo emergencial de US$ 16,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para não quebrar. Uma missão do FMI estava em Kiev nesta quarta-feira para avaliar como o país está implementando as reformas requeridas para receber a ajuda.

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O gás da Rússia seguiu através da Ucrânia na terça-feira, chegando aos países europeus pela primeira vez desde o corte de 7 de janeiro. Eslováquia, Hungria, Bulgária e Moldávia, algumas das nações mais atingidas pela disputa, viu seus suprimentos voltarem ao normal, assim como Áustria, República Checa, Eslovênia e Croácia. Bósnia e Sérvia disseram que o gás começou a chegar nesta quarta-feira.

Os 27 países da UE recebem cerca de um quarto do gás que utilizam da Rússia. A Sérvia diz que os custos do corte de suprimento para a economia do país foram de € 50 milhões (US$ 65 milhões) por dia e funcionários do governo disseram que consideram uma ação legal contra a Rússia e a Ucrânia para que o país seja compensado. As informações são da Associated Press.