A União Europeia fracassou nesta sexta-feira na tentativa de resgatar o processo de aproximação com a Ucrânia, no que constitui uma importante vitória política para a Rússia. Na cúpula de Vilnius, capital da Lituânia, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, resistiu e não voltou atrás em sua decisão de bloquear as negociações para a assinatura de um acordo de associação com o bloco.
Yanukovych pediu aos líderes europeus que a posição internacional do país fosse discutida em uma mesa de negociação tripartite com a participação da Rússia, o que foi rejeitado pela União Europeia.
Kiev argumenta que o acordo, que seria assinado na cúpula, teria sérios danos econômico para a Ucrânia, devido às ameaças de retaliação comercial de Moscou e também pelos custos de adaptação da produção ucraniana aos padrões europeus.
O acordo de associação com a Ucrânia, sem oferecer uma futura adesão ao grupo europeu, previa o estabelecimento de uma zona de livre comércio e cooperação política mais estreita.
O encontro de dois dias em Vilnius, com a participação de líderes europeus e países ex-soviéticos, ganhou contornos de drama geopolítico após o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, congelar as negociações com a UE na semana passada.
O bloco, no entanto, contava com o apoio de boa parte da população ucraniana. Desde a semana passada, quando Yanukovich anunciou que não assinaria o pacto, milhares defenderam nas ruas o entendimento do país com a UE.
Na quinta-feira, em Kiev, pelo menos dez mil pessoas saíram às ruas para defender a assinatura do acordo. Para muitos ucranianos - principalmente os que vivem no Oeste do país, mais ligados à cultura da Europa Ocidental - o acordo seria também uma declaração de identidade e valores.
O grupo só conseguiu a adesão da Geórgia e da Moldávia a um acordo preliminar de associação, que passará a ser definitivo no próximo ano. Bruxelas também ofereceu a Moldávia uma flexibilização do programa de vistos para os seus cidadãos.