Ucrânia diz que não ficaria com gás destinado à Europa se Rússia cortar envio a Kiev
Reuters
O ministro de Energia ucraniano, Yuri Prodan, afirmou neste sábado que Kiev não pegaria gás natural dos dutos que entregam suprimentos para os consumidores europeus, se a Rússia cortar o envio de gás para a Ucrânia.
A Rússia acusou a Ucrânia de roubar gás de dutos que atravessam seu território durante disputas de preços anteriores, uma acusação que Kiev nega.
Prodan disse ainda que estava em negociações com Moscou sobre a redução do preço que paga pelo gás, mas que vai apelar para um tribunal de arbitragem, se essas negociações não conseguirem reduzir o custo do gás russo.
A Ucrânia deixou claro neste sábado que não pagará o preço de quase US$ 500 por mil metros cúbicos do gás russo, anunciado nesta semana pela estatal Gazprom.
"A pressão política não servirá, não aceitamos o preço de US$ 500", disse hoje o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, ao abrir uma sessão parlamentar.
Yatseniuk acrescentou que Kiev está disposta a pagar US$ 268 por mil metros cúbicos do hidrocarboneto, tarifa concedida por Moscou ao antigo governo de Viktor Yanukovich.
"Este preço (US$ 268) é aceitável e sopesado, é de mercado. Estamos dispostos a saldar todas as contas por conceito das provisões anteriores e esperamos a resposta da Gazprom", completou o chefe do Gabinete.
Além disso, premiê ordenou ao governo que estude e se prepare para dois cenários do desenvolvimento da situação, o pior deles "quando a Rússia limita ou fecha as provisões do gás ao território ucraniano".
Yatseniuk afirmou que a Ucrânia poderá realizar importações de reversão do hidrocarboneto russo em nível de 20 bilhões milhões de metros cúbicos anuais, através de Eslováquia, Polônia e Hungria, o que, segundo o chefe do Legislativo, permitiria economizar de US$ 100 a US$ 150 de cada mil metros cúbicos.
A Gazprom anunciou na última quinta-feira uma alta adicional do preço do gás para a Ucrânia, que terá que pagar a partir de agora US$ 485,5 por cada mil metros cúbicos do gás russo.
Anteriormente, a companhia já tinha anunciado um aumento na tarifa de mais de 40%, até US$ 385, para o país vizinho a partir do segundo trimestre deste ano por falta de pagamentos.
"O rebaixamento de dezembro já não pode ser aplicado devido ao descumprimento pela parte ucraniana do pagamento das dívidas em conceito das provisões do gás de 2013, e por falta do pagamento de 100% das provisões correntes", detalhou a empresa.
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