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A cidade de Bakhmut, na região de Donbass, é atualmente o principal foco da invasão russa na Ucrânia. Com um ano de conflitos em solo ucraniano, a Rússia aproveitou o Dia do Defensor da Pátria para mostrar mais uma vez sua força nuclear.
"O inimigo continua atacando as posições das nossas tropas na direção de Bakhmut (…) Faz reconhecimento aéreo ativo para ajustar o fogo de sua artilharia", reconheceu nesta quinta-feira (23) o comando ucraniano, lembrando que mais de 20 cidades próximas foram bombardeadas no último dia.
A inteligência britânica afirmou que "nas últimas 48 horas continuaram os intensos combates no setor de Bakhmut, onde as forças ucranianas mantêm o controle das rotas de abastecimento, apesar da Rússia estar apertando progressivamente o cerco nas últimas seis semanas".
Segundo informou o Estado-Maior do Exército ucraniano, os confrontos nesta cidade estão ocorrendo "rua a rua", já que o controle da área permitiria a qualquer um dos lados ter um corredor seguro para o transporte de armas e soldados.
A tomada de Bakhmut, sitiada sem sucesso pelas tropas russas por mais de sete meses, permitiria ao exército russo avançar em direção às cidades de Sloviansk e Kramatorsk, os principais redutos ucranianos na região de Donetsk.
O comando ucraniano também notou um aumento nas atividades russas na região de Kharkiv, onde os defensores repeliram "ataques perto de Kupiansk, no leste da região de Kharkiv, não muito longe da vizinha Lugansk".
Em solo russo, foram iniciadas as comemorações ao Dia do Defensor da Pátria, uma celebração herdada da época soviética, que comemorava todo dia 23 de fevereiro a criação do Exército Vermelho e este ano busca cerrar fileiras em apoio aos russos campanha militar na Ucrânia.
Com o objetivo de unir os russos em torno do conflito militar russo na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, depositou uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, localizado nos Jardins de Alexandre, próximo ao lado ocidental da muralha do Kremlin, e homenageou a memória dos mortos com o hino da Rússia ao fundo.
Putin aproveitou a oportunidade para mais uma vez mostrar força e destacou que "um exército e uma frota modernos e efetivos são a garantia da segurança e soberania do país, do seu desenvolvimento estável e do seu futuro", ao anunciar que a Rússia continuará desenvolvendo suas Forças Armadas, que receberá "equipamento avançado".
"Atenção especial, como antes, dedicaremos à tríade nuclear. Este ano entram em guarda operacional as primeiras instalações de lançamento dos sistemas de mísseis Sarmat com o novo míssil pesado", afirmou, ao anunciar mais suprimentos de mísseis hipersônicos Kinzhal e Tsirkon para o exército russo.
Os mísseis intercontinentais superpesados do tipo Sarmat, apelidados de Satan II pelos militares ocidentais, são capazes de lançar múltiplas ogivas nucleares. Conforme noticiado pela "CNN", a Rússia teria realizado um teste fracassado de um míssil balístico intercontinental Sarmat momentos antes ou durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Kiev, algo que foi negado por Moscou