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Homem arremessa coquetel molotov contra a polícia, cercado por outros armados de pedras | Gleb Garanich/Reuters
Homem arremessa coquetel molotov contra a polícia, cercado por outros armados de pedras| Foto: Gleb Garanich/Reuters

Contexto

Os protestos contra o presidente Viktor Yanukovich começaram em novembro depois que ele cedeu à pressão russa e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia, preferindo a ajuda financeira do Kremlin. O envio de US$ 2 bilhões, parte do pacote acordado, seria um sinal de que os russos acreditam que Kiev tem um plano para terminar com os protestos e desistiu de seduzir a oposição.

Disputa

Embora o presidente russo, Vladimir Putin, tenha se saído bem na luta por influência na Ucrânia – ao menos até agora –, os manifestantes que têm ocupado o centro de Kiev dão sinais de que não pretendem ficar quietos. Em vez de fortalecer o presidente Viktor Yanukovich, a ação de Moscou pode aumentar a violência dos protestos, especialmente por parte dos manifestantes que são enfaticamente contra o Kremlin.

2 mil opositores retomaram ontem a ocupação de prédios públicos em Kiev e atacaram a sede do Partido das Regiões, do presidente Viktor Yanukovich. O confronto ocorreu no dia em que o Parlamento discutiria uma reforma constitucional para limitar o poder do presidente. Aliados do governo impediram a entrega da proposta.

  • Seguranças pegam fogo com coquetel molotov atirado por manifestante em Kiev
  • Feridos no dia mais violento dos quase três meses de protestos contra o governo ucraniano
  • Governo dos Estados Unidos pressionou Yanukovich para interromper a violência no país

A polícia antichoque da Ucrânia avançou ontem sobre a Praça da Independência, o coração dos protestos contra o presidente Viktor Ya­nukovich, no dia mais violento das manifestações desde que a mobilização popular começou, há quase três meses, quando o governo ucra­­niano abriu mão de um acordo comercial com a União Europeia para se aproximar da Rússia.

Até o fechamento desta edição – 4h da madrugada em Kiev –, as autoridades ucranianas confirmaram a morte de 21 pessoas, incluindo 7 policiais. Pelo menos 150 ficaram feridas. Multidões continuavam na praça, alimentando enormes barricadas em chamas e ainda enfrentando as forças de segurança com pedras e coquetéis molotov.

De acordo com a CNN, era esperado um pronunciamento de Yanukovich, depois da reunião com representantes da oposição.

No início do dia, as forças do governo romperam as barricadas perto do estádio do Dynamo de Kiev e se dirigiram para os limites da praça, horas depois de Moscou destinar US$ 2 bilhões em ajuda à Ucrânia, recursos que a Rússia estava segurando para pressionar o governo ucraniano a tomar uma medida contra os manifestantes pró-Europa.

Os Estados Unidos, por meio do Departamento de Estado, disseram estar "alarmados" com a explosão de violência em Kiev. Para o jornal The New York Times, os embates de ontem mostram como a situação na Ucrânia é volátil.

Cronologia

As datas que marcaram as manifestações:

21.nov.2013

Presidente suspende preparativos para associação da Ucrânia com a União Europeia.

24.nov.2013

Entre 23 mil pessoas (segundo a polícia) ou 100 mil (segundo organizadores) saem às ruas em Kiev.

30.nov.2013

Ao menos 35 manifestantes ficam feridos após polícia dissolver protesto pacífico em Kiev.

31.nov/1º.dez.2013

Cerca de 350 mil pessoas participam de atos em Kiev no fim de semana.

8.dez.2013

Cerca de 500 mil manifestantes se reúnem na Praça da Independência, em Kiev (organizadores aguardavam 1 milhão); estátua de Lênin é derrubada.

15.dez.2013

Cerca de 200 mil manifestantes se reúnem na Praça da Independência.

22.jan.2014

Confronto entre opositores e polícia deixa três mortos em Kiev; um jovem morre ao cair de uma torre no estádio do Dínamo.

25.jan.2014

Morre outro manifestante ferido no dia 22.

28.jan.2014

Parlamento derruba lei que limitava protestos; primeiro-ministro renuncia.

6.fev.2014

Explosão em prédio ocupado por oposicionistas deixa um ferido.

9.fev.2014

70 mil manifestantes se reúnem na Praça da Independência.

14.fev.2014

Governo solta os 234 opositores presos, mas mantém as acusações contra eles.

16.fev.2014

Lei de anistia retira as acusações contra os 234 manifestantes; opositores desocupam prédios estatais.

Ontem

Cerca de 2 mil retomam prédios públicos e atacam a sede do partido do presidente; ao menos 14 morrem (seis policiais) quando a polícia ataca acampados na praça.

Fonte: Folhapress.

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