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Ucrânia

Ucranianos procuram moeda estrangeira e ampliam crise no país

Os ucranianos estão inundando os bancos locais com questionamentos sobre a troca de seus fundos para dólares ou euros, em meio à forte depreciação da grívnia.

O braço ucraniano do banco russo Alfa Bank estendeu o horário comercial nesta quarta-feira (26) para conseguir lidar com a demanda. A filial do Sberbank disse que os ucranianos estão preocupados com a desvalorização da moeda local. "As pessoas na Ucrânia realmente estão preferindo depósitos em moeda estrangeira nos últimos dias", disse a instituição, em declaração enviada por e-mail.

Nesta quarta (26), o dólar saltou para mais de 10 grívnias pela primeira vez. O Banco Central da Ucrânia costumava intervir com vendas de dólares no mercado toda vez que a moeda norte-americana ultrapassasse 8 grívnias, mas Sergiy Kruglyk, diretor de assuntos internacionais do Banco Central da Ucrânia, disse hoje em entrevista à CNBC que a instituição abandonou os esforços de defender a moeda, mudando o regime para câmbio flexível.

Reservas

Em janeiro, o BC se desfez de US$ 1,7 bilhão e as reservas internacionais caíram para US$ 17,8 bilhões. O novo presidente do Banco Central, Stepan Kubiv, estima que agora as reservas devem estar próximas de US$ 15 bilhões.

Para evitar uma crise ainda maior, a associação local de banqueiros sugeriu um limite temporário de compra de dólares de US$ 1 mil por pessoa, mas a recomendação foi descartada pelo banco central.

Mesmo assim, o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, afirmou que o país enfrenta uma "horrível crise econômica", e a desvalorização da grívnia pode trazer mais um problema. Em dezembro, a Rússia comprou papéis da dívida da Ucrânia com a condição de que o valor devido pelo país não superasse a marca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) anual.

Mais cara

À medida que a grívnia perde valor, a dívida denominada em dólar se torna mais cara. Tim Ash, analista no Standard Bank, em Londres, disse que quando o dólar estava a 8,30 grívnias a proporção da dívida estava em 42% do PIB, mas no contexto atual essa relação já pode ter superado 50%.

O Ministro de Finanças da Rússia, Anton Siluanov, afirmou nesta quarta (26) que se a Ucrânia não respeitar os termos da dívida os russos irão negociar a execução do acordo. O ministro não especificou o que aconteceria nesse caso.

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