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A Europa deve ajudar sua indústria da aviação a se recuperar dos prejuízos de até € 2,5 bilhões (US$ 3,3 bilhões) - provocados pelas cinzas do vulcão na Islândia - reformando seu sistema de controle de tráfego aéreo, oferecendo empréstimos e suspendendo algumas regras, como a que proíbe voos noturnos, disse nesta terça a União Europeia (UE).

A agência de controle de tráfego aéreo do continente também convocou especialistas para analisar se as autoridades aéreas nacionais reagiram apropriadamente à ameaça representada pelas cinzas que, segundo as companhias aéreas, não precisavam ter fechado grande parte do espaço aéreo. Os especialistas vão realizar uma extensa revisão da ameaça real representada pela nuvem de fumaça e a eficiência do fechamento do espaço aéreo.

O fechamento de uma grande parte do espaço aéreo europeu em razão a erupção vulcânica de 14 de abril no sul da Islândia causou o cancelamento de mais de cem mil voos e deixou dez milhões de passageiros parados.

Medidas de alívio

O comissário de Transporte da UE, Siim Kallas, disse que a Comissão Europeia pediu aos 27 países membros que concedam às companhias aéreas medidas de alívio, como empréstimos a juros de mercado e o adiamento de pagamentos de serviços de controle de tráfego aéreo. Sob circunstâncias normais, isso poderia ser considerado ilegal sob as leis da UE.

Levantar as restrições a voos noturnos - uma medida que mantém a calma em bairros perto de aeroportos - poderia ajudar a repatriar passageiros que ficaram presos em outros países e realizar entregas de bens aos seus destinos, afirmou ele.

Também não haveria perda dos slots (horário de pouso e decolagem) de aeroportos como resultado da crise, disse Kallas. Normalmente, os slots designados para cada empresa aérea são perdidos se não forem usados. "Agora que estamos voltando ao normal, nosso foco pode mudar para medidas de alívio para a indústria", disse Kallas. "A Comissão também está propondo mudanças estruturais para assegurar que não enfrentaremos esta situação de novo".

Critério uniforme

Kallas advertiu os integrantes do bloco para não concederem às companhias aéreas ajuda estatal que não seja a juros praticados pelo mercado ou garantias como forma de melhorar seus problemas de fluxo de caixa. "Isto deve ser concedido com base em um critério uniforme estabelecido em nível europeu", disse. "Não pode ser usado para permitir assistência injusta a companhias que não tenham sido diretamente atingidas pela crise."

As companhias aéreas europeias rapidamente apoiaram as recomendações da UE para que os governos ajudem a indústria. "Esperamos que a resposta dos governos para compensar as companhias aéreas sejam mais rápidas do que suas respostas à erupção vulcânica", afirmou Andy Harrison, executivo-chefe da EasyJet.

Kallas disse que a crise, que durou uma semana, causou perdas estimadas entre € 1,5 bilhão e € 2,5 bilhões e incluem não apenas as companhias aéreas mas também outros setores relacionados, como operadoras de turismo. Ele convocou uma reunião de emergência de ministros de Transportes da UE em 4 de maio para avançar a reforma do fragmentado sistema de tráfego aéreo europeu.

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