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Internacional

UE considera “completamente falsas” eleições do próximo domingo na Nicarágua

Estudantes de diferentes universidades da Nicarágua exigem que Daniel Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, renunciem, em 2 de agosto, em Manágua | Foto: Inti OCON/AFP
UE considera que Ortega inviabilizou a oposição (Foto: Inti OCON / AFP)

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As eleições marcadas para o próximo domingo na Nicarágua são "completamente falsas" e nenhum "resultado legítimo" pode ser esperado delas, afirmou nesta terça-feira em Lima, capital do Peru, o alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell.

Em encontro com a imprensa estrangeira no Peru, onde chegou ontem em sua primeira visita à América Latina desde a posse, Borrell indicou que a situação no país da América Central é "uma das mais graves atualmente" em todo o continente, e uma preocupação ainda maior para a Europa do que as próximas eleições locais e regionais que ocorrerão na Venezuela.

"Estou mais preocupado com a Nicarágua, onde as eleições são uma farsa completa. Não vamos enviar qualquer missão de observação eleitoral para lá porque o Sr. Ortega já prendeu todos os opositores políticos que candidataram. Não podemos esperar que esse processo produza um resultado legítimo que podemos considerar, mas muito pelo contrário", disse Borrell.

O mais alto representante da política externa da UE referiu-se às eleições presidenciais do próximo domingo na Nicarágua, considerada ilegítima não apenas pelo bloco europeu, mas também pelos Estados Unidos, devido à prisão de até sete candidatos da oposição.

Cristiana Chamorro, candidata à presidência da Nicarágua com maior probabilidade de derrotar o atual presidente, o sandinista Daniel Ortega, foi presa por "traição à pátria" e suposta lavagem de dinheiro e está em prisão domiciliar desde junho, impedida de participar nas eleições a pedido do Ministério Público, que é chefiado pela ex-guerrilheira sandinista Ana Julia Guido.

Além disso, também foram excluídos das eleições devido à prisões e investigações judiciais promovidas pelo regime de Ortega, Arturo Cruz, ex-embaixador da Nicarágua nos EUA, preso ao retornar de uma viagem a Washington; Félix Maradiaga, Juan Sebastián Chamorro, o jornalista Miguel Mora, o líder camponês Medardo Mairena e Noel Vidaurre.

Josep Borrell chegou ao Peru com o objetivo de fortalecer as relações bilaterais e a cooperação regional.

Neste sentido, durante a sua visita ao país, irá encontrar-se com o presidente Pedro Castillo, com o ministro das Relações Exteriores, Óscar Maúrua, e com a presidente do Congresso, María del Carmen Alva, além de representantes da sociedade civil.

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