Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro realizam neste sábado uma teleconferência urgente sobre o possível resgate europeu ao sistema bancário espanhol, confirmou o porta-voz do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
Falando à AFP, uma fonte disse que o valor considerado para o resgate dos espanhóis é de 100 bilhões de euros. Até o fechamento desta edição, a teleconferência não havia terminado.
A Espanha não formalizou seu pedido de ajuda à Europa, que pode acontecer a qualquer momento, motivado pela publicação, na sexta-feira, do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a situação do sistema financeiro espanhol.
A Comissão Europeia aconselhará Madri a aguardar até conhecer as necessidades exatas de seus bancos antes de formular qualquer pedido de auxílio, apesar de ter reiterado o tempo todo que a decisão sobre o momento de fazer isso depende exclusivamente do Executivo de Mariano Rajoy.
Apesar de ainda haver auditorias em andamento sobre a situação dos bancos na Espanha, o governo acredita que todas seguirão a mesma linha do relatório do FMI, pelo que somente esse documento já serviria como base para formular a solicitação.
O relatório do FMI aponta que as entidades mais fracas da Espanha necessitam aumentar suas reservas de capital "em cerca de 40 bilhões de euros" (R$ 104 bilhões).
Divulgada dois dias antes do previsto, a avaliação explica que "o núcleo do setor financeiro espanhol está bem administrado e resistiria a novos choques, mas ainda existem grandes vulnerabilidades no sistema".
O documento do FMI "não teve por objetivo estabelecer um número definitivo para as necessidades de capital, mas detectar deficiências críticas em alguns segmentos e instituições determinadas".
"Num cenário desfavorável, os maiores bancos estariam suficientemente capitalizados para resistir a novas deteriorações, enquanto que vários bancos necessitariam aumentar suas reservas de capital em cerca de 40 bilhões em termos agregados".