A União Europeia (UE) incluiu nesta segunda-feira o braço armado do grupo pró-iraniano Hezbollah em sua lista de organizações consideradas "terroristas". Em reunião mensal realizada hoje em Bruxelas, os chanceleres dos 28 países da UE tomaram a decisão por unanimidade.
A inclusão do braço armado do Hezbollah na lista de organizações "terroristas" da UE representa uma drástica mudança de posição do bloco sobre o tema e seguiu-se a intensa pressão diplomática dos Estados Unidos, da Holanda e de Israel.
"A UE está enviando ao Hezbollah uma forte mensagem, de que não se pode operar com impunidade e que há consequências para suas ações", elogiou o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, após o anúncio da decisão.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu à UE pela inclusão do Hezbollah na lista, mas criticou sua abrangência. "Para Israel, o Hezbollah é uma organização só, sem distinções entre seus braços."
No Líbano, o primeiro-ministro Najib Mikati expressou descontentamento com a decisão. "Desejávamos que os países da UE tivessem feito uma leitura mais cuidadosa dos fatos."
A inclusão do Hezbollah na lista de organizações "terroristas" acarreta o congelamento de bens e abre caminho para restrições a viagens de integrantes do braço armado do Hezbollah. Os chanceleres da UE manifestaram expectativa em que a medida também dificulte o financiamento do grupo guerrilheiro.
Apesar da mudança na posição da UE sobre o assunto, a implementação da medida tende a ser complicada, uma vez que será preciso destrinchar as relações entre os diferentes braços da emaranhada rede de organizacional do Hezbollah.
Além do braço armado, o Hezbollah atua no Líbano como um influente partido político, em especial entre a comunidade xiita do dividido país mediterrâneo, e possui uma rede própria de assistência social.