Os governos de todo o mundo deveriam prover até 50 bilhões a cada ano, até 2020, para ajudar os países em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas, defenderão esta semana os líderes da União Europeia (UE), de acordo com a minuta de um documento obtido pela Dow Jones.
Os chefes de Estado e de governo da UE concluirão, ao final de um encontro de dois dias, que "o nível total de apoio público internacional requerido poderá se situar na faixa entre 22 bilhões e 50 bilhões por ano até 2020", de acordo com o documento.
"A UE está pronta a participar na resultante divisão justa do financiamento público internacional total", informou.
Os líderes da UE também pedirão o endosso à estimativa da Comissão Europeia de que os países em desenvolvimento poderão precisar de 100 bilhões por ano até 2020 para limitar as emissões de gases poluentes e se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas, que incluem enchentes, segundo o documento.
A UE tem a ambição de liderar as negociações internacionais para um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto de 1997, para lutar contra a mudança climática e conter o aquecimento global.
A contribuição financeira dos países ricos às nações mais pobres, na luta para reduzir as emissões dos gases poluidores e limitar os efeitos da mudança climática, é vital para um acordo mundial. O documento é um esforço feito pela UE para mostrar algum compromisso e formará a base para sua posição negociadora no encontro mundial sobre o clima em Copenhague, que acontecerá em novembro.
De qualquer maneira, os governos europeus estão discutindo sobre o quanto cada um terá que contribuir e os ministros das Finanças não foram capazes de chegar a um acordo quando se reuniram na semana passada.
Alguns países do Leste Europeu, liderados pela Polônia, não estão prontos a comprometer nenhum dinheiro. Outros, como a Itália, argumentam que melhor seria não comprometer uma soma específica antes da etapa final das negociações em Copenhague, já que isso limitaria o grau de manobra política da Europa.