Os países da União Europeia (UE) irão propor nesta quinta-feira a inclusão de mais 19 pessoas e nove entidades na lista de sancionados russos e ucranianos considerados responsáveis por desestabilizar a Ucrânia e ameaçar a integridade territorial e a soberania do país.Fontes europeias confirmaram que já existe um acordo entre os 28 Estados-membros para propor uma ampliação da lista negra. As 19 pessoas e nove entidades teriam os ativos congelados na UE e seriam proibidas de viajar a território comunitário.
Os embaixadores do grupo esperam aprovar oficialmente a proposta em reunião nesta tarde, de modo que seja analisada pelos ministros das Relações Exteriores da UE em seu conselho do 9 de fevereiro e quando as novas sanções terão o sinal verde definitivo.
"Caberá aos ministros decidirem, na segunda-feira, se darão valor legal a esta proposta", declararam fontes comunitárias à Agência Efe.
A reunião da próxima segunda-feira já contará com os resultados das visitas do presidente da França, François Hollande, e da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a Kiev hoje e a Moscou amanhã, em uma nova tentativa de buscar uma saída à crise ucraniana.
A alta representante para a Política Externa comunitária, Federica Mogherini, expressou o apoio da UE à iniciativa de Hollande e Merkel, e afirmou que essas visitas a Kiev e Moscou "visam chegar a uma solução política para o conflito".
"A União Europeia se mantém unida para utilizar todos os recursos disponíveis para pressionar e conseguir essa solução política, e aplicará pressão, além de continuar com o diálogo", acrescentou Mogherini em comunicado.
Nas últimas 24 horas, mais oito civis morreram e 33 ficaram feridos por fogo de artilharia na cidade ucraniana oriental de Donetsk, segundo informaram autoridades municipais nesta quinta-feira.
No conselho do dia 29 de janeiro, os ministros combinaram de pedir ao setor de Federica Mogherini que trabalhe na ampliação da lista.
Esse conselho extraordinário foi convocado de forma emergencial por Mogherini após o ataque com artilharia sobre a cidade ucraniana de Mariupol, onde 30 pessoas morreram e cem ficaram feridos.
Com o aumento da violência pelos conflitos entre as forças ucranianas e os separatistas pró-Rússia no leste do país e o aumento de vítimas civis, os 28 Estados-membros decidiram prolongar até setembro as medidas restritivas em vigor.
Também exigiram à Comissão e ao Serviço Europeu de Ação Exterior a realização de mais trabalhos preparatórios sobre qualquer "ação apropriada" focada em "garantir uma implementação rápida e global dos acordos de Minsk", chamados para deter o conflito armado entre o governo de Kiev e os separatistas pró-Rússia.
Sem levar em conta a possível ampliação das sanções anunciadas nesta quinta-feira, há 132 pessoas e 28 entidades na lista, entre elas seis responsáveis que forneciam apoio ou se beneficiavam de políticos de alto cargo russos.
Em julho de 2014, a UE também impôs sanções econômicas à Rússia devido ao que consideram seu papel desestabilizador no leste da Ucrânia. Entre as sanções estão restrições para o acesso aos mercados de capital europeus de bancos russos controlados pelo Estado, assim como de grandes consórcios energéticos e de defesa.
Os países da UE também concordaram com um embargo de armas junto à proibição de exportar peças de duplo uso, militar e civil, e tecnologia e serviços para explorar recursos energéticos.
Questionado em entrevista coletiva, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a Aliança Atlântica "apoia totalmente as negociações para uma solução pacífica na Ucrânia", e avaliou principalmente "os esforços de França e Alemanha".