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Os líderes da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) condenaram nesta terça-feira (18) a guerra na Ucrânia, ainda que sem citar a Rússia, na declaração final da cúpula realizada em Bruxelas, sem o apoio da Nicarágua.
“Esta declaração foi respaldada por todos os países, com exceção de um que não conseguiu chegar a um acordo devido a um parágrafo”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma coletiva de imprensa posterior à cúpula.
A condenação da guerra na Ucrânia marcou as negociações ao longo da cúpula, já que a UE insistiu em mencioná-la na declaração final, enquanto Nicarágua, Cuba e Venezuela expressaram sua oposição.
O segundo dia da cúpula começou com um rascunho citando o apoio à integridade territorial dos países com base na Carta das Nações Unidas, mas sem menção específica ao conflito na Europa, enquanto o texto final finalmente incluiu a condenação da guerra na Ucrânia.
“Discutimos muito, é claro, o fato de que todos querem que esta guerra termine e que a paz deve ser duradoura e que deve estar centrada na Carta da ONU”, comentou, por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
À medida que as negociações avançavam, Havana e Caracas aceitaram uma condenação explícita à guerra na Ucrânia e a Nicarágua ficou sozinha em sua rejeição, como já havia feito na Assembleia Geral da ONU, votando contra as resoluções.
O primeiro-ministro interino da Holanda, Mark Rutte, considerou que a cúpula UE-Celac foi “um sucesso total” e frisou que “a unanimidade com quase 60 países é impossível e quem nem sequer na União Europeia de 27 países é sempre possível estarem todos de acordo”.
Durante a cúpula, o ministro das Relações Exteriores da ditadura da Nicarágua, Denis Moncada, insistiu para que o Ocidente suspenda as sanções contra China, Irã, Rússia e Síria e condenou o envio de bombas de fragmentação à Ucrânia anunciado recentemente pelos Estados Unidos.