Uma delegação de autoridades da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá iniciar hoje reuniões com o governo da Grécia. O objetivo é avaliar se o país poderá receber a próxima etapa da ajuda internacional. A visita acontece semanas antes do anúncio de detalhes sobre as planejadas medidas de austeridade adicionais, de 26 bilhões de euros, para os próximos cinco anos.
"As reuniões, primeiro em nível técnico, devem começar hoje. Eles então se juntarão aos chefes de delegação que chegarão por volta do dia 10", disse uma autoridade grega. "Eles estão aqui para avaliar a elegibilidade da Grécia para receber a quinta parcela da ajuda, mas também para analisar a estratégia fiscal de médio prazo", afirmou a fonte.
Em maio do ano passado a Grécia evitou um default (falência) com ajuda de um empréstimo emergencial de 110 bilhões de euros da União Europeia, FMI e Banco Central Europeu (BCE). Em troca, a Grécia prometeu reduzir seu déficit orçamentário. Desde então, o governo conseguiu cortar um terço do déficit, mas as dúvidas sobre a capacidade do país de pagar o serviço da enorme dívida permanecem.
Nas últimas semanas, o yield (retorno ao investidor) dos bônus do governo grego dispararam em meio a especulações de que o país será forçado a reestruturar sua dívida. O governo nega os rumores e, para acalmar as preocupações, em meados de abril anunciou planos para 50 bilhões de euros em privatizações nos próximos cinco anos. Detalhes sobre planos para cortar mais gastos e aumentar impostos deverão ser apresentados ao Parlamento em meados deste mês.
Hoje, o ministro de Finanças da Grécia, George Papaconstantinou, afirmou que uma reestruturação da dívida grega que provoque perdas para os investidores será um erro e impedirá o país de tomar empréstimos nos mercados por ao menos uma década. "Um haircut na dívida seria um enorme erro para o país", declarou. O haircut é uma forma de reestruturação que envolve perdas para os detentores de bônus.