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Os países da União Europeia chegaram a um acordo nesta sexta-feira (2) para limitar o preço do petróleo russo a um teto de US$ 60 por barril, como parte da retaliação contra a Rússia acordada com o G7 devido à guerra contra a Ucrânia, informaram fontes diplomáticas.
O limite, no entanto, não afeta diretamente o bloco da UE, que a partir da próxima segunda-feira aplicará um embargo total às importações de petróleo da Rússia, exceto o que a Hungria compra por oleoduto.
Contudo, a medida proibirá as companhias de navegação europeias de transportar petróleo russo para outros países se este for vendido a um preço superior ao estabelecido.
O novo acordo político assegura que se o preço de mercado cair abaixo dos US$ 60 por barril, o limite será atualizado de modo a ficar pelo menos 5% abaixo do preço de mercado.
Com isso, a Polônia levantou o veto que manteve nos últimos dez dias, pois queria que o limite máximo acordado entre os países da UE fosse consideravelmente inferior ao de US$ 65 definido pelo G7.
Por outro lado, Grécia, Malta e Chipre queriam que o preço fosse mais alto, de modo a não prejudicar os negócios das suas companhias de navegação, que transportam uma grande parte do petróleo que a Rússia envia para fora das suas fronteiras.
Além disso, o limite máximo do petróleo russo significa proibir os seguros e resseguros, assim como outros serviços financeiros, em todos os navios que carregam petróleo adquirido a um preço superior ao limite máximo, o que na prática dificultará a aquisição ou o transporte do próprio petróleo.
Em troca do desbloqueio do acordo, a Polônia assegurou o compromisso dos seus parceiros europeus de acelerar o nono pacote de sanções contra Moscou.
O acordo firmado nesta sexta-feira, em nível político, terá de ser formalmente adotado nos próximos dias.
Horas depois, o grupo de países industrializados do G7 e a Austrália também concordaram em estabelecer um teto de US$ 60 ao barril de petróleo russo transportado por via marítima, em linha com a decisão da UE.
Com esta medida, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, Itália, França e Alemanha – que ocupa a presidência rotativa do grupo – pretendem evitar que a Rússia “se beneficie de sua guerra de agressão contra a Ucrânia”, segundo anunciaram em comunicado.
Além disso, a medida, que entrará em vigor em 5 de dezembro ou "logo depois", visa "apoiar a estabilidade nos mercados globais de energia e minimizar os efeitos econômicos da guerra de agressão russa, especialmente para países de baixa e média renda".