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A União Europeia definiu nesta sexta-feira (24) o décimo pacote de sanções contra a Rússia, coincidindo com o primeiro aniversário da guerra na Ucrânia, incluindo um veto à exportação de tecnologia militar e medidas contra empresas iranianas que fornecem drones a Moscou.
“Hoje, a UE aprovou o décimo pacote de sanções contra a Rússia” para “ajudar a Ucrânia a ganhar a guerra”, anunciou a presidência sueca do Conselho da União Europeia em sua conta oficial no Twitter.
O bloco europeu está “unido à Ucrânia e ao povo ucraniano”, comentou a presidência sueca da UE, prometendo que continuará apoiando Kiev “durante o tempo que for necessário”.
As negociações entre os países da UE tinham estagnado nas últimas horas a respeito do tamanho das cotas de borracha sintética que os países poderão importar da Rússia, uma vez que a Polônia queria reduzi-las, mas finalmente houve a acordo, após mais de 24 horas.
O pacote negociado “inclui, por exemplo, restrições mais rigorosas à exportação de tecnologia e produtos de dupla utilização”, medidas restritivas dirigidas contra indivíduos e entidades que apoiam a guerra, propagandeiam ou entregam drones usados pela Rússia na guerra, e medidas “contra a desinformação russa”, listou a presidência sueca.
“Coletivamente, os Estados-membros da UE impuseram as sanções mais fortes e de maior alcance já impostas para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra”, concluiu.
Concretamente, 47 componentes eletrônicos que a Rússia pode utilizar nos seus sistemas de armamento, tais como drones, mísseis e helicópteros, serão sancionados, de tal maneira que, levando em conta os nove pacotes anteriores, todos os produtos tecnológicos encontrados no campo de batalha terão sido proibidos, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Também serão sancionadas sete empresas iranianas ligadas à Guarda Revolucionária que fabricam os drones que Teerã está dando a Moscou para bombardear a Ucrânia.
As novas medidas incluem cerca de cem indivíduos e empresas russas, incluindo membros das forças armadas, responsáveis pela prática de crimes na Ucrânia e pela deportação de crianças ucranianas para a Rússia.
Todos eles terão os bens e ativos congelados na UE e serão proibidos de entrar no território do bloco.
O décimo pacote novamente foca na necessidade de evitar que tanto a Rússia como os oligarcas contornem as sanções, tendo sido acordado considerar a utilização de bens do Banco Central russo congelados na UE para a reconstrução da Ucrânia.
No entanto, vários países têm dúvidas jurídicas sobre a possibilidade de utilizar esses recursos para a reconstrução e pedem o máximo consenso internacional.
As sanções foram adotadas oficialmente neste sábado (25) pelo bloco.
"Agora temos as maiores sanções já impostas, esgotando o arsenal de guerra da Rússia e afetando profundamente sua economia. Também estamos aumentando a pressão sobre aqueles que tentam contornar nossas sanções", destacou no Twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.