O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague disse hoje que a União Europeia considera tomar "outras medidas" contra o Irã. Hague falou em Berlim, sem especificar quais poderiam ser essas sanções do bloco europeu.

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Ontem o Irã sofreu a quarta rodada de sanções no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas em razão de seu programa nuclear. O documento recebeu o apoio de 12 dos 15 membros do grupo, incluindo os cinco com assento permanente e poder de veto (Grã-Bretanha, Estados Unidos, França, Rússia e China). A Turquia e o Brasil votaram contra. O Líbano se absteve.

A sanção ao Irã inclui aspectos militares e financeiros. Ela expande um embargo de armas e impede o país de realizar atividades como a mineração de urânio. Potências lideradas pelos EUA temem que o Irã busque secretamente armas nucleares, mas Teerã alega ter apenas fins pacíficos.

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A Rússia anunciou o congelamento de um contrato para entregar mísseis de defesa S-300 ao Irã, após a adoção das sanções. A informação foi divulgada hoje pela agência Interfax, citando uma fonte do serviço de cooperação militar do país.

Questão de honra

O voto turco contra a quarta rodada de sanções ao Irã era uma questão de honra para o país, após o acordo fechado entre Turquia, Irã e Brasil, disse hoje o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O premier insistiu que ainda há espaço para uma saída diplomática para a crise. "Se nós não tivéssemos dito 'não', seria contraditório. Seria uma falta de respeito próprio", avaliou.

No mês passado, o Irã firmou um acordo com Turquia e Brasil se comprometendo a enviar 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido ao território turco. Em troca, receberia combustível para seu reator em Teerã. O acordo foi visto com ressalvas por Washington que pressionava por uma resolução com sanções.

"Nós insistimos que todos os problemas devem ser resolvidos na mesa de negociações. Nada é alcançado com armas ou por meio de de embargos e isolamento", afirmou Erdogan. "Junto com o Brasil, nós manteremos os nossos esforços por uma solução negociada."

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O premier turco insistiu que os termos do pacto do mês passado estão de acordo com as consultas anteriores feitas com os Estados Unidos e as outras potências ocidentais. Ontem, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse que o acordo não estava "morto" e que seu país votou contra as sanções para manter aberto o canal de negociações.

Críticas

Também ontem, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou as sanções e disse concordar com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sobre a falta de valor dessa punição. "Bem dito, homem. Não vale um centavo", afirmou Chávez. A Venezuela e o Irã têm estreitado laços nos últimos anos.

A imprensa iraniana - tanto a radical quanto a reformista - condenou as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança. O jornal reformista "Aftab e-Yazd" afirmou que o CS estabelece "uma rota de confrontação" entre o Ocidente e o Irã. As informações são da Dow Jones.

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