A Europa informou nesta quinta-feira que pode pagar até 15 bilhões de euros (22 bilhões de dólares) por ano aos países pobres para persuadi-los a ajudar a combater a mudança climática, num momento em que vários países demonstraram dúvida sobre os prospectos de um acordo climático em Copenhague em dezembro.
Muitos especialistas disseram que uma reunião de líderes mundiais na sede da ONU em 22 de setembro seria a chance para destravar as negociações climáticas, mas os Estados Unidos apontaram que um novo tratado climático global era "difícil" e a Grã-Bretanha afirmou que o acordo está "enforcado".
"Agora devemos quebrar o impasse nas negociações de Copenhague", afirmou o comissário de meio ambiente da União Europeia, Stavros Dimas, a repórteres. "Nós sabemos que as mudanças climáticas forçam custos adicionais nos países em desenvolvimento".
Os países em desenvolvimento afirmam que as nações industrializadas deveriam arcar com a maior parte do custo de lidar com o problema do aquecimento global, que eles causaram primeiramente, e provocaram uma grande barreira nas negociações antes da reunião de dezembro em Copenhague.
A África alertou que irá vetar qualquer acordo que não seja generoso o bastante, e a União Europeia está tentando calcular um pagamento justo para quebrar o impasse.
A equipe de especialistas de Dimas estima que o mundo em desenvolvimento terá de arcar com custos de cerca de 100 bilhões de euros por ano até 2020 para reduzir as emissões da indústria e para ajudar com as secas e problemas com grãos piorados pelas mudanças climáticas.
Impostos sobre aviação, indústria e embarcações globais podem ajudar, deixando entre 22 e 55 bilhões de euros a serem obtidos com recursos públicos. A UE poderia contribuir com valor entre 2 e 25 bilhões de euros nisso, afirmou o comissário.
Mas ambientalistas afirmaram que os números são muito baixos.
"A UE está tentando sair deixando só uma gorjeta em vez de pagar sua parte da conta para proteger o clima do planeta", disse o veterano do Greenpeace Joris den Blanken.
A Comissão Europeia indicou anteriormente que a UE pode pagar cerca de 24 bilhões de euros, mas retirou a cifra depois de decidir que os Estados Unidos devem contribuir mais para compensar sua relativamente modesta redução de emissões.
"É difícil ser otimista sobre a reunião de Copenhague", disse à Reuters o ministro ambiental da Coreia do Sul, Maanee Lee.
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