Kosovo A União Européia (UE) se comprometeu a dar uma última oportunidade para uma solução negociada ao Estatuto do Kosovo, após lamentar o fracasso das tentativas de buscar um consenso no Conselho de Segurança da ONU devido à oposição da Rússia. "Queremos dar uma oportunidade às negociações", declarou o alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança Comum, Javier Solana.
Em agosto, começa o prazo de 120 dias que o Grupo de Contato para o Kosovo (Rússia, EUA, França, Reino Unido, Itália e Alemanha) terá para conseguir um acordo entre albano-kosovares e sérvios.
A fórmula foi escolhida depois que os países europeus membros do Conselho de Segurança e os EUA desistiram de submeter à votação do Conselho uma resolução que previa a reabertura das negociações e que foi rejeitada pela Rússia por deixar a porta aberta para a independência do Kosovo.
Amanhã haverá reunião em Viena entre diretores políticos do Grupo de Contato, que fixarão as datas e o formato das conversas. O ministro francês, Bernard Kouchner, falou sobre "conversas difíceis", em uma alusão às diferenças entre os países dispostos a reconhecer a independência do Kosovo e a maioria, que insiste em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. "Há uma determinação em nos mantermos neste processo", assinalou o titular português, Luís Amado, cujo país está presidindo este semestre a UE, ao reconhecer que entre o grupo de países "há sensibilidades diferentes" sobre o assunto. O primeiro-ministro kosovar, Agim Ceku, propôs declarar a independência no próximo dia 28 de novembro, coincidindo com o dia nacional da Albânia. Um consenso entre Sérvia e albano-kosovares é considerado essencial para preservar a estabilidade na região dos Bálcãs Ocidentais.
"Chamamos à responsabilidade Pristina e Belgrado para que se ponham a trabalhar conjuntamente sob a égide da UE junto com os EUA e Rússia", disse Solana, ressaltando a importância que os 27 países mantenham a unidade sobre o Kosovo.