A União Europeia disse que a expulsão de uma jornalista francesa da China levantou dúvidas sobre o compromisso do país em relação à liberdade de imprensa. A correspondente em Pequim da revista L’Obs, Ursula Gauthier, foi efetivamente expulsa após se recusar a pedir desculpas por um artigo que ela escreveu criticando a política antiterrorismo do país na região de Xinjiang. A China se recusou a renovar suas credenciais de imprensa e vistos, que venceram em 31 de dezembro.
Em uma declaração na quinta-feira, a UE afirmou que a ação da China entra em conflito com compromissos que o país tinha feito durante uma recente avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos humanos. “A UE apoia os princípios da liberdade de expressão e a independência dos meios de comunicação como pilares de toda sociedade livre”, disse. “A UE pede que as autoridades chinesas a revejam a decisão”, acrescentou.
Um funcionário do Ministério de Relações Exteriores da China disse em uma declaração anterior que Gauthier ofendeu o povo chinês com as suas palavras e que já não era adequado para ela trabalhar no país.
O artigo de Gauthier sugeriu que a “repressão” de Pequim sobre a minoria uigur, de maioria muçulmana, ajudou a alimentar o que parecia ser uma onda crescente de violência.