Poznan, Polônia - O Brasil passou a contar em Poznan com um aliado de peso em seu esforço diplomático para financiar a luta contra o desmatamento de florestas tropicais. Em meio à 14ª Conferência das Partes da Convenção Quadro do Clima das Nações Unidas (COP-14), delegados da União Européia informaram que o bloco de 27 países defende a idéia de um fundo mundial para financiar políticas públicas e projetos privados contra a derrubada de matas nativas. Em tese, a postura da Europa reforça a posição do Brasil na Polônia.
Até a sexta-feira passada (5), fim da primeira semana da etapa de negociações em torno de um novo acordo ambiental para suceder o protocolo de Kyoto, a União Européia defendia que o financiamento do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) fosse baseado no mercado de carbono.
Na quinta-feira, os delegados brasileiros haviam descartado que os países ricos pudessem compensar suas emissões de gases de efeito estufa por meio da compra de créditos. Uma reunião bilateral realizada no sábado mudou o panorama. "Nós encontramos um acordo", confirmou à reportagem o embaixador Brice Lalonde, delegado da França e da União Européia em Poznan. "O Brasil não gosta da idéia de que os certificados de desmatamento evitado possam compensar as emissões de outros países", disse.
Pela proposta européia, em um primeiro momento, o fundo seria abastecido apenas com recursos públicos internacionais. Após o início da experiência, com o aprimoramento dos métodos, a inclusão de meios de quantificação da redução do desmate e de monitoramento das regiões incluídas nos projetos de preservação, o dinheiro privado oriundo da compra de créditos de carbono poderia ser agregado.
Avesso ao mercado de carbono como sistema de compensação no que diz respeito às florestas, o Brasil sugere a criação de um fundo similar ao Fundo da Amazônia criado neste ano e premiado com uma promessa de doação de US$ 1 bilhão por parte do governo da Noruega.
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