A chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Catherine Ashton, condenou hoje o plano israelense de construir 1.600 novas residências em Jerusalém Oriental. Os Estados Unidos e as Nações Unidas também criticaram o projeto na área em que os palestinos desejam como capital de seu futuro Estado independente. "Eu me somo ao vice-presidente (dos EUA, Joe) Biden em condenar a decisão de construir 1.600 novas casas em Jerusalém Oriental", afirmou Catherine a parlamentares da UE em Estrasburgo, na França.
O governo de Israel fez ontem o anúncio das novas construções, dia em que Biden visitava o país. O vice-presidente norte-americano está no Oriente Médio para ajudar na retomada das negociações indiretas de paz entre israelenses e palestinos. Para Biden, o anúncio de Israel "mina a confiança de que precisamos agora".
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, também criticou a medida. Segundo ele, os "assentamentos são ilegais sob a lei internacional". O próprio Ministério de Defesa de Israel condenou o momento do anúncio.
O Ministério do Interior israelense aprovou a construção de 1.600 casas em Ramat Shlomo, assentamento judaico no setor de maioria árabe de Jerusalém Oriental. A parte da cidade está ocupada por Israel desde 1967. Os palestinos condenaram o anúncio. Israel também divulgou na segunda-feira que autorizou que Ban e Catherine visitem a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. A chefe da diplomacia da UE deve chegar a Israel no dia 17.
O ministro do Interior israelense, Eli Yishai, desculpou-se hoje pelo estresse causado pelo anúncio da autorização de novas construções em Jerusalém Oriental, segundo o jornal local "Haaretz". "Se eu soubesse (da repercussão), teria adiado a autorização em uma semana ou duas, pois não tínhamos a intenção de provocar ninguém", afirmou Yishai, segundo o diário.