Os líderes dos 28 países da União Europeia receberam nesta segunda-feira (7) em Bruxelas o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, em uma cúpula de emergência que tem como objetivo mudar o rumo da crise de refugiados que atinge o continente. Mas a aposta é arriscada. Enquanto os europeus planejam fechar a rota pelos Bálcãs - a principal usada pelos imigrantes depois de desembarcarem na Grécia - e pressionar a Turquia a receber de volta os migrantes econômicos, os parceiros ainda expressam preocupação com o autoritarismo do presidente conservador Recep Tayyip Erdogan, o que faz de Ancara um sócio imprevisível.
O agravamento da crise de refugiados - diante das fronteiras fechadas pelo continente e dezenas de milhares retidos na Grécia - aumentou as expectativas sobre o encontro. Os europeus acreditam que essa possa ser a útima oportunidade de mostrar liderança em um tema que se tornou uma maior ameaça ao projeto europeu do que a crise financeira de 2008. Antes do início da reunião, as autoridades europeias expressaram um misto de otimismo e preocupação.
“Espero que possamos dar um passo a frente para alcançar essas metas hoje, mas isso requer negociações difíceis e pode levar algum tempo até obter um resultado”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel
Enquanto isso, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, ressaltou que o país está pronto para cooperar com a UE e, inclusive, ser aceito no bloco. No entanto, o premier destacou que não conseguirá eliminar completamente as travessias pelo mar Egeu.
“Todos sabemos como é o Egeu e não é possível para nenhum país diminuir todos os imigrantes para zero. Isto não significa que não iremos fazer todo o possível”, disse um porta-voz de Davutoglu. “Este é nosso problema comum, não é da União Europeia, não é um problema grego. Esperar por tudo da Turquia não é justo, estamos aqui compartilhando o fardo, e sinceramente acredito que atualmente medidas mais firmes serão tomadas”.
Mas uma maior aproximação com a Turquia é vista com ressalvas, já que o bloco tem se posicionado de forma muito crítica à política repressiva de Erdogan. O último episódio foi a titela judicial imposta ao maior jornal do país, o “Zaman”, que adotou uma linha editorial totalmente pró-governo.
No fim de novembro, a comunidade europeia assinou com o governo de Ancara um plano de ação para deter os milhares de migrantes que saem da costa turca em direção às ilhas gregas. Mesmo assim, milhares de pessoas continuam realizando a perigosa travessias, que já deixaram este ano centenas de mortos. No domingo, ao menos 25 pessoas morreram, entre elas dez crianças, em um naufrágio no Mar Egeu na tentativa de chegar à Grécia.
Os que conseguem chegar ao continente ainda enfrentam muitas dificuldades antes de chegar ao seus destinos, principalmente a Alemanha. Com barreiras impostas em muitos dos países europeus, atualmente há mais de 30 mil imigrantes retidos em território grego. Mais de 13 mil deles estão na fronteira com a Macedônia, aguardando passagem.
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