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Uma seleção de documentos apreendidos no complexo onde Osama bin Laden foi assassinado no ano passado mostra que o então líder da Al-Qaeda se preocupava com o mal funcionamento de sua rede terrorista e com a perda da confiança dos muçulmanos. Bin Laden esperava que os muçulmanos se incitassem contra seus governos e o Ocidente.

O conteúdo de algumas dessas cartas foi colocado na internet nesta quinta-feira (3) pelo Centro de Combate ao Terrorismo do Exército dos Estados Unidos. Os documentos apreendidos no Paquistão revelam que as coisas não iam tão bem para a Al-Qaeda e seu líder após anos de ataques dos Estados Unidos e o que Bin Laden via como ineficiências em sua própria organização e seus aliados terroristas.

"Eu quero divulgar um comunicado dizendo que estamos iniciando uma nova fase para corrigir (os erros) que cometemos", escreveu Bin Laden em 2010. "Ao fazer isso, vamos recuperar, se Deus quiser, a confiança de um grande segmento dos que perderam a sua confiança nos jihadistas."

Até o fim, Bin Laden permaneceu focado em atacar norte-americanos e elaborando planos, embora improváveis, para assassinar líderes dos Estados Unidos. Ele tinha como alvo especial aviões que levassem o general David Petraeus e o presidente Barack Obama, afirmando que o assassinato colocaria Joe Biden, um vice "completamente despreparado", no cargo e que o país mergulharia numa crise.

Mas o relatório de um analista norte-americano, divulgado junto com a correspondência de Bin Laden, descreve o líder da Al-Qaeda irritado com a incapacidade dos grupos terroristas inspirados na Al-Qaeda de conquistar apoio para sua causa, suas fracassada campanhas de mídia e ataques mal planejados que, na visão de Bin Laden, mataram muitos muçulmanos inocentes.

O círculo interno de Bin Laden também ficou frustrado quando, em 2010, as atenções dos Estados Unidos se transferiram para a fraqueza da economia, sem aparentemente creditar à Al-Qaeda os danos econômicos que os terroristas haviam causado. "Toda a conversa política nos Estados Unidos são sobre economia, esquecendo ou ignorando a guerra e seu papel no enfraquecimento da economia", escreveu seu porta-voz, Adam Gadahn.

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