O chileno Víctor Zamora, 33 anos, era o único dos 33 mineiros resgatados na mina San José, no norte do Chile, que permanecia internado ontem. Os demais já haviam recebido alta da Clínica Atacama.

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Foram 69 dias de reclusão a 622 metros de profundidade –17 dias sem que o mundo lá fora soubesse se estavam vivos ou mortos.

Após quase 23 horas de esforços, o Chile entrou para a história na semana passada com uma operação de resgate sem precedentes, e os 33 mineiros viraram um misto de heróis e celebridades aos olhos do mundo.

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A mãe de Víctor, Nelly Bu­­gueño, afirmou que o filho está muito cansado. "Quero que esteja bem e que descanse. Todos queremos que se recupere bem e Deus queira que ele saia na terça-feira", disse Bugueño.

Sobre outro mineiro que recebeu alta no sábado passado e que, no dia anterior, se queixava de vertigens e enjoo, o médico responsável explicou que ele "se encontra em perfeitas condições".

O médico explicou, ainda, que se espera que os mineiros não sofram de síndrome de es­­tresse pós-traumático, graças ao trabalho prévio feito pela equipe de psicólogos que os acompanhou enquanto estiveram presos na mina. Em mais um mês, os mi­­nei­­ros poderão voltar ao trabalho.

De volta às minas

Apenas dois dias depois de terem sido resgatados, alguns dos 33 mineiros afirmaram na sexta-fei­­ra que querem voltar a trabalhar na mineração.

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"Eu quero voltar à mina. Sou mineiro de coração. Isso se traz no sangue", disse Alex Vega, um dos trabalhadores que fez parte da maior façanha de so­­brevivência debaixo da terra no mundo.

Mas o ministro da Saúde, Jai­me Mañalich, não considera re­­comendável que todos voltem a trabalhar em uma mina.

"Para alguns o retorno é to­­tal­­mente imprudente. Em al­­guns casos nos perguntamos o que faziam lá, se tinham micoses ou diabetes", disse Mañalich. Ele acrescentou ser também pro­­vá­­vel que, se algum deles de­­cidir regressar à mineração, no mo­­mento exato em que tenha de descer saia correndo em pâ­­nico.