Pesquisa
Cientistas investigam fendas no fundo do mar
AFP
Cientistas lançaram uma missão para investigar o leito marinho do Japão, onde fendas se abriram após o violento terremoto do ano passado.
A equipe usará um veículo de 5,5 metros, controlado de forma autônoma, que lembra um pequeno submarino, para mapear o leito marinho com um sonar de feixes múltiplos. A nave-mãe, de onde o veículo será lançado, é equipada com eco-sondas e vai mapear áreas mais extensas, partindo da crosta de Honshu e cruzando a trincheira submarina. "Queremos deslocar instrumentos para o leito marinho e também mapear a área para ver as grandes mudanças provocadas pelo tremor", explica Gerold Wefer, que chefia o projeto.
Os novos mapas serão comparados com perfis obtidos anteriormente do Japão para tentar descobrir o que aconteceu no leito marinho quando o terremoto atingiu o arquipélago.
Um ano depois do grande terremoto que devastou o nordeste do Japão, cientistas japoneses advertem para o risco de que um novo sismo abale a metrópole de Tóquio, um perigo com probabilidade de ocorrência perto dos 50% nos próximos quatro anos. Desde o terremoto submarino de magnitude 9 e do tsunami que o seguiu, em 11 de março de 2011, que deixaram cerca de 19 mil mortos, a atividade sísmica se intensificou no arquipélago, situado na confluência de quatro placas tectônicas. Diariamente é registrado, em média, 1,48 sismo de magnitude superior a 3 na gigantesca cidade de Tóquio, cinco vezes a mais do que antes.
A probabilidade de um terremoto de magnitude superior a 7 em Tóquio varia, segundo os pesquisadores (70% em 30 anos e 50% em 4 anos). É impossível fazer uma previsão, mas para as autoridades, o perigo é real. A capital japonesa já foi destruída em 1923 por um poderoso sismo de 7,9 que deixou 142.800 mortos.
Alguns especialistas destacam que estas previsões utilizam a mesma metodologia errônea que serviu ao governo para dizer que o risco de um grande terremoto no nordeste do país era muito baixo.
"Há um risco de terremoto de magnitude 7 em todo o Japão, incluindo a região de Tóquio, mas não é nem mais nem menos do que em qualquer outra parte" do país, diz o professor Robert Geller, da Universidade de Tóquio.
Em um país que registra 20% dos terremotos mais violentos do mundo, a trágica experiência de 11 de março evidenciou enormes lacunas de preparação.
Na área metropolitana da capital japonesa, com 35 milhões de pessoas, o violento terremoto provocou a interrupção de todos os transportes e muitos trabalhadores tiveram dificuldades para voltar para suas casas.
"É preciso se preparar para o terremoto que vai acontecer", afirma Asahiko Taira, pesquisador da Agência Japonesa de Ciências e Tecnologia Terrestre e Marinha (Jamstec).
Segundo uma simulação da Agência de Prevenção de Desastres, se um terremoto de magnitude 7,3 ocorrer na parte norte da baía de Tóquio, em um dia da semana às 18 h com vento de 3 metros por segundo, 6,4 mil pessoas morreriam e 160 mil ficariam feridas.
Quatrocentas e setenta e uma mil residências e edifícios seriam totalmente destruídos. Milhões de pessoas não conseguiriam chegar às suas casas ou encontrar um alojamento.
"É extremamente difícil prever a data de um terremoto. No entanto, não é difícil imaginar o que pode acontecer. Por isso é preciso estabelecer estratégias para minimizar as consequências", alerta Taira.
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