Apenas um dia depois de começarem as primeiras deportações de migrantes e refugiados para a Turquia, o governo da Grécia decidiu nesta terça-feira (5) suspender temporariamente o envio dos que cruzaram ilegalmente o mar Egeu de volta para solo turco. O motivo é a necessidade de as autoridades gregas analisarem os pedidos de asilo feitos pelos que estão retidos nas ilhas antes de poder expulsá-los do país.
Na segunda (4), 202 pessoas foram colocadas em barcos de bandeira turca e partiram das ilhas de Lesbos e Chios rumo ao porto turco de Dikili, acompanhadas por 180 agentes da Frontex, órgão que vigia as fronteiras externas da União Europeia (UE). Desse grupo, porém, a maioria era de paquistaneses e afegãos, que não se enquadravam nos requisitos de asilo. Só havia dois sírios, que teriam pedido às autoridades para voltar à Turquia.
A diretora do Serviço Grego de Asilo, Maria Stavropoulou, disse à TV estatal que cerca de 3 mil pessoas detidas em campos de acolhimento para futura deportação buscam asilo na Grécia. O processo delas deve começar até o fim desta semana, informou Stavropoulou. Normalmente, a análise de asilo demora cerca de três meses, mas o expediente será “consideravelmente mais rápido” para esses requerentes. A maioria desses detidos está no campo de Moria, na ilha de Lesbos.
As deportações deveriam ocorrer em uma média de 200 a 250 pessoas por dia, mas agora não se sabe como será esse fluxo. O governo grego não informou ainda quando pretende retomar a expulsão de migrantes e refugiados à Turquia.
Pelo pacto firmado entre a UE e a Turquia, todos os migrantes e refugiados que chegaram à Grécia pelo mar Egeu desde o dia 20 de março serão reconduzidos à Turquia, mas antes terão direito a pedir asilo em território grego. Segundo estimativas do governo da Grécia, cerca de 5 mil pessoas fizeram a travessia desde o dia 20.
No total, há 52,4 mil migrantes e refugiados em solo grego, contando os que chegaram antes dessa data. O governo pretende desfazer os dois maiores acampamentos improvisados do país: Idomeni, na fronteira com a Macedônia, onde há cerca de 12 mil pessoas, e o porto de Pireus, perto de Atenas, que abriga cerca de 5 mil. Os acampados foram orientados, em árabe, a seguirem em ônibus fornecidos pelo governo para os centros oficiais de acolhida, mas muitos têm se recusado.
Ainda pelo que foi definido no acordo, para cada refugiado mandado de volta à Síria um outro será reassentado legalmente em um país da UE – é o chamado princípio do “um por um”. Para essa troca haverá um teto de 72 mil refugiados.
Enquanto ocorria o embarque para deportação em Lesbos e Chios na segunda, 32 sírios vindos da Turquia desembarcaram no aeroporto de Hannover, 280 km a oeste de Berlim. Escolhidos de acordo com critérios do Acnur (agência da ONU para refugiados), eles ficarão num abrigo temporário e, depois, serão realocados em outras cidades alemãs.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Deixe sua opinião