"Sete anos não são suficiente para nós, nos dê 18". Com a letra, apenas um dia após a condenação a dois anos de prisão, as integrantes da banda de punk rock russa Pussy Riot atacaram novamente o presidente Vladimir Putin com a divulgação de uma música intitulada "Putin acende a chama da revolução".
Na letra, o grupo desafia o tribunal que poderia ter condenado as cantoras a até sete anos de prisão pelo crime de "vandalismo, incitado por ódio religioso", após uma apresentação na catedral moscovita de Cristo Salvador, a igreja ortodoxa mais importante da Rússia.
"O país vai às ruas com coragem, o país diz adeus ao regime", diz a letra do polêmico grupo, que publicou na internet o single sobre o veredicto, acompanhado de um vídeo.
A música também faz referência às manifestações às vésperas da volta do presidente russo ao Kremlin, em maio deste ano. No protesto de sexta-feira na porta do tribunal em Moscou, uma mulher mascarada cantou a música e jogou CDs a simpatizantes que esperavam notícias da condenação. Em um comunicado na web, o grupo também se manifestou sobre a decisão: "Continuaremos lutando".
Madonna
Após a decisão do tribunal russo, a própria Igreja Ortodoxa Russa pediu ao Estado para que mostre "misericórdia" com as três integrantes do Pussy Riot, condenadas nesta sexta-feira. A cantora Madonna, que já expressou seu apoio à banda, uniu-se neste sábado ao coro de celebridades que criticaram a sentença de prisão decretada em Moscou.
No comunicado, a americana defendeu que a sentença de dois anos era "dura demais e, na verdade, desumana". "Protesto contra a sentença e condenação da Pussy Riot a uma colônia penal por dois anos por uma performance de 40 segundos que exaltou suas opiniões políticas. Elas já passaram tempo suficiente na cadeia. Peço a toda Rússia que deixe a Pussy Riot livre", disse a cantora por meio de comunicado enviado à imprensa.
Em cidades ao redor do mundo, manifestantes protestaram em frente a embaixadas russas. Em Londres, Barcelona, Berlim, Tel Aviv e Sófia, grupos de simpatizantes vestiram máscaras parecidas com a das Pussy Riots. No Rio, um grupo sete feministas foram à embaixada russa, no Leblon, elas escreveram palavras de liberdade no muro e na calçada da representação diplomática. Após saber da pena de dois anos para as ativistas russas, o grupo feminista disse planejar um novo ato de repúdio ao governo Putin.
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