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Jovens choram a morte de colegas durante cerimônia religiosa em igreja de Winnenden: crime bárbaro em uma cidade até então tranquila | Thomas Lohnes/AFP
Jovens choram a morte de colegas durante cerimônia religiosa em igreja de Winnenden: crime bárbaro em uma cidade até então tranquila| Foto: Thomas Lohnes/AFP

Tiroteios em escolas

Ataques a escolas tornaram-se um pesadelo em várias partes do mundo, principalmente em países ricos.

11 de março de 2009 – Alemanha – Jovem de 17 anos, ex-aluno da escola secundária Albertville, na cidade de Winnenden, abre fogo contra estudantes e mata dez pessoas.

14 de fevereiro de 2008 – EUA – Ex-aluno da Universidade de Northern Illinois ivade uma aula, mata pelo menos seis, e se suicida em seguida.

7 de novembro de 2007 – Finlândia – Pelo menos 8 pessoas foram mortas por um atirador em uma escola, após a divulgação de vídeo no Youtube que anunciava o massacre.

16 de abril de 2007 – EUA – Um estudante da universidade Virginia Tech matou 32 pessoas e feriu 15, no maior massacre na história dos EUA.

20 de novembro de 2006 – Alemanha – Um ex-aluno de 18 anos abriu fogo em uma escola, deixando 11 pessoas feridas antes de cometer suicídio.

2 de outubro de 2006 – EUA – Um caminhoneiro invadiu uma escola na Pensilvânia, matou cinco meninas e se suicidou.

13 de setembro de 2006 – Canadá – Um atirador abriu fogo em uma escola em Montreal, matando uma estudante e ferindo outras 19 pessoas.

21 de março de 2005 – EUA – Um aluno de 16 anos matou 5 estudantes, um professor e um segurança em Minnesota.

26 de abril de 2002 – Alemanha – Homem armado abre fogo em escola em Erfurt, matando dois alunos, 13 professores e ainda um policial.

6 de junho de 2001 – Japão – Armado com uma faca, Mamoru Takuma, entrou em uma escola primária e matou oito crianças. Ele foi executado em 2004.

20 de abril de 1999 – EUA – Dois alunos armados matam 12 e 1 professor em Columbine.

Nos EUA, homem que matou 10 tinha lista com nome das vítimas

O homem que matou dez pessoas e se suicidou em um ataque na terça-feira no estado do Alabama (EUA) tinha uma lista de pessoas que lhe haviam feito mal. A informação – uma das raras pistas do motivo da ação em que houve mais de 200 disparos de arma de fogo ao longo de uma hora – foi divulgada por um promotor público.

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Isolamento influi mais que riqueza, dizem psicólogos

Os casos recorrentes de mortes em série por atiradores nos EUA ou na Europa parecem ter em comum o fato principal de ocorrerem em países ricos. Mas, para psicólogos ouvidos pela Gazeta do Povo, esse não é um fator determinante.

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  • Veja as horas de terror que o jovem protagonizou na Alemanha

Winnenden - Vestido em trajes militares pretos, um jovem de classe média de 17 anos de idade matou ontem 15 pessoas no sudoeste da Alemanha, num ataque encerrado com seu suicídio, segundo fontes policiais.

O atirador, Tim Kretschmer, iniciou o ataque na escola secundária em que estudara, em Winnenden, cidade de 27 mil habitantes perto de Stuttgart.

Eram 9h30 (horário local) quando ele entrou no colégio Albertville e abriu fogo com uma pistola Beretta 9 milímetros. Segundo as autoridades, o jovem aparentemente visou alvos femininos – com a maioria dos tiros na cabeça das vítimas, matou oito alunas, três professoras e um aluno antes de fugir com a chegada da polícia. Diante de uma clínica em frente à escola, matou outra pessoa.

As autoridades mobilizaram mais de mil homens e um helicóptero na busca por Kretschmer. Cerca de meia hora depois do tiroteio na escola, policiais realizaram uma revista na casa do atirador, onde constataram que uma das 16 armas da coleção de seu pai estava faltando, bem como munição – tudo adquirido conforme a lei.

O paradeiro de Kretschmer só foi identificado pelas autoridades por volta de 12 h. Ele havia sequestrado um carro e obrigado seu condutor a atravessar um bloqueio policial na localidade de Wendlingen, cerca de 30 km distante da escola.

O veículo saiu da pista, e o atirador fugiu a pé. Ele buscou refúgio em uma revenda de veículos, onde matou mais duas pessoas. O local então foi cercado pela polícia e houve tiroteio, que acabou quando Kretschmer atirou contra si próprio.

Interesse por armas

Segundo relatos de ex-colegas, Kretschmer não apresentava características inusitadas, salvo pelo interesse em tênis-de-mesa e pelo profundo conhecimento que demonstrava ter de armamentos. Um amigo, que falou sob condição de anonimato, narrou que o jovem disparava armas de fogo diariamente em um bosque e que eles haviam realizado duelos com munição de borracha.

Eckehard Weiss, que treinou o atirador em tênis-de-mesa durante três anos e meio, contou que ele "se vestia como um garoto normal e tinha bom relacionamento com seus colegas de equipe’’. "Ele era um menino normal, não agressivo. Às vezes, era bem arrogante, mas, como era um dos melhores jogadores, isso era compreensível’’, disse ele à BBC, enfatizando que Kretschmer encarava o esporte com seriedade – aos 11 anos falou que queria ser profissional- e costumava receber seus colegas para treinarem na mesa que tinha em casa.

Legislação

A exemplo do protagonista de uma ação similar numa escola em Erfurt (no leste alemão) em 2002, Kretschmer tinha acesso a armas em casa.

Na ocasião, o limite mínimo para comprar armas saltou de 18 para 21 anos de idade na Alemanha e houve banimento de alguns tipos de espingardas e de facas.

A União Europeia já determinou a harmonização das leis dos 27 membros até 2010, para garantir que armas sejam vendidas apenas a maiores de 18 anos que não representem ameaça à segurança pública.

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