Bogotá Galopando em seu corcel negro Crespón, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, passa a imagem de um homem que toma as rédias de tudo, como administrador do seu sítio El Uberrimo ou como chefe de Estado que quer se manter no poder. A postura de homem autoritário e trabalhador que apela para desqualificar qualquer adversário que faça críticas à sua gestão já o levou, em mais de uma ocasião, a resolver suas diferenças no punho.
Advogado de 53 anos e dissidente do Partido Liberal (PL), Uribe fez da austeridade sua filosofia de vida. Não se permite luxos, embora a exceção seja sua paixão por cavalos finos. Sobre um dos seus cavalos, ele faz o que todo montador experiente gostaria de fazer: andar a passo fino com uma xícara de café na aba do chapéu sem derramar nem uma gota.
Esse estilo que mistura o uso perfeito das estatísticas e a sabedoria popular com um tom suburbano fez com que Uribe seja visto por milhões de colombianos como uma pessoa bucólica e que, baseando-se em suas raízes, pode derrotar militarmente a guerrila. Os guerrilheiros são, indiretamente, seus grandes aliados. Se atacam, Uribe diz que precisa manter seus planos. Se não atacam, o presidente diz que seu trabalho trouxe resultado.
Nem sempre foi assim. O pai do presidente, que também castrava novilhos e adestrava potros, foi assassinado em 1983 pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que o acusava de latifundiário e paramilitar.
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