Quase 1 milhão de somalis estão vivendo como refugiados em quatro países vizinhos e um terço de toda a população da Somália está atualmente fora de suas casas. Os números estão em um relatório divulgado ontem pelo Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês).
Segundo o documento, organizações parceiras estimam que, nas últimas semanas, mais de 1,2 mil pessoas cruzam diariamente a fronteira rumo ao Quênia.
As estimativas da ONU são de que 917 mil somalis vivem como refugiados em território queniano, na Etiópia, Djibouti e Iêmen. Além disso, cerca de um somali em cada três teve que deixar sua casa neste ano.
A ONU alertou ainda que, apesar das intervenções, possivelmente ocorrerá um aumento nas estatísticas de subnutrição e mortalidade nos próximos dois meses, em parte por causa do maior ocorrência de doenças que devem chegar como consequência da temporada de chuvas.
Cerca de 4 milhões de pessoas em todo o país enfrentam a crise alimentar que assola a região do Chifre da África, sendo que 3 milhões delas se concentram no sul da Somália. O número de somalis que correm risco de morrer devido à condição alimentar precária a que estão submetidos é de 750 mil.
Até o momento, foi declarado estado de fome em seis regiões somalis, todas elas no sul do país. A ONU disse também que a situação pode piorar caso não haja intervenções massivas contra a crise alimentar.
Plano regional
Os governos de países da África Oriental buscam financiamentos para o combate à fome. "Necessitamos de construir barragens hidráulicas para conservar a água, estradas e ferrovias, além de investir em escolas e serviços de saúde", declarou o ministro queniano dos Negócios Estrangeiros, Moses Wetangula.