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Um mês antes das eleições gerais, Biden reforça restrições de asilo na fronteira

Um mês antes das eleições gerais, governo Biden reforça restrições de asilo na fronteira
Joe Biden, atual presidente dos EUA (Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO)

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O governo dos Estados Unidos, liderado pelo democrata Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (30) novas medidas para reforçar as restrições de asilo na fronteira com o México, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais.

As mudanças tornarão mais difícil suspender o atual veto ao asilo e ocorrem em meio a uma campanha eleitoral em que a gestão da migração se tornou um dos pontos centrais das campanhas da vice-presidente e candidata pelo Partido Democrata, Kamala Harris, e do ex-presidente Donald Trump, que concorre pelo Partido Republicano.

Em junho do ano passado, o governo americano promulgou uma regra que proíbe pessoas que cruzam de forma ilegal a fronteira de pedir asilo nos EUA e, após sua implementação, as detenções de migrantes caíram para o ponto mais baixo em quatro anos.

A decisão foi fortemente criticada por organizações que apoiam imigrantes, que entraram com uma ação judicial contra o governo, acusando-o de violar as leis de asilo dos EUA e alegando que a proibição coloca em “risco a vida das pessoas que precisam de proteção”.

As medidas anunciadas nesta segunda alteram a regra promulgada em junho de duas maneiras: elas aumentam os requisitos para que a proibição de asilo seja suspensa e incluem menores desacompanhados no número de travessias irregulares, disseram autoridades do Departamento de Segurança Interna em uma teleconferência com jornalistas.

A regra inicial estipulava que, para suspender as restrições, o número de travessias irregulares de migrantes deveria cair para uma média de 1,5 mil por dia durante sete dias consecutivos.

De acordo com as mudanças anunciadas hoje - que entrarão em vigor a partir desta terça-feira (1º de outubro) - o número de detenções deve permanecer abaixo de 1,5 mil por um período de 28 dias consecutivos.

O governo espera “fortalecer a segurança da fronteira e impedir a migração irregular”, disse o secretário do Departamento de Segurança Interna (DHS), Alejandro Mayorkas, em um comunicado.

Desde que as restrições de asilo entraram em vigor, as remoções de migrantes na fronteira dispararam: as autoridades agora deportam 70% de todos os adultos e famílias apreendidos na fronteira, disse um funcionário do DHS durante a teleconferência.

“Entre 5 de junho e 31 de agosto, quase triplicamos a porcentagem de pessoas expulsas [...] após serem detidas pela Patrulha de Fronteira”, acrescentou.

Com os números atuais na fronteira, com uma média de 1,8 mil travessias por dia, e as tendências no deslocamento de pessoas na região, é “difícil imaginar” que as restrições serão suspensas em um futuro próximo, disse à EFE Adam Isaacson, especialista em política migratória da ONG WOLA.

“Os números na fronteira ainda são baixos, mas não estão diminuindo mais”, acrescentou.

A decisão do governo de modificar as restrições mostra uma tentativa “desesperada” de “limitar o asilo, em vez de um esforço para controlar a fronteira”, disse à EFE Yael Schacher, diretora para as Américas da ONG Refugees International.

O fato de o governo americano ter incluído menores de idade na contagem de travessias irregulares mostra, segundo ela, que os EUA querem “inflar o número de detenções” para limitar a entrada de migrantes e solicitantes de asilo.

O Partido Democrata, que quer permanecer no poder com a candidatura de Kamala Harris, endureceu sua posição em relação à migração nos últimos anos, deixando de defender o sistema de asilo dos EUA para restringi-lo.

A lei estipula que um migrante tem o direito de solicitar asilo, independentemente de ter ou não entrado no país por um centro de entrada.

A política migratória do governo do presidente Joe Biden é alvo frequente de críticas de Trump e dos republicanos, que têm acusado os democratas de criarem uma crise na fronteira sul.

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