Tropas do Nepal atiraram contra manifestantes nesta segunda-feira e mataram uma pessoa, a quinta vítima dos últimos 12 dias de protestos contra o Rei Gyanendra e sua monarquia absolutista.
Testemunhas disseram que soldados abriram fogo contra os manifestantes na cidade de Nijagadh, a 200km a Leste da capital Katmandu. O Partido Comunista do Nepal divulgou comunicado afirmando que são duas as vítimas fatais da repressão nesta segunda-feira.
Os embaixadores dos Estados Unidos, da China e da Índia se reuniram com o rei no domingo. Fontes diplomáticas disseram que lhe foram solicitadas medidas para acabar coma agitação, mas ele não se mostrou sensível ao apelo.
Uma das medidas poderia ser uma reunião com a aliança de sete partidos que lideram a campanha para restaurar a democracia; outra medida, libertar as centenas de pessoas presas desde o início dos protestos. Por fim, ele poderia ceder o poder aos partidos, antes das eleições gerais.
O rei tem reuniões marcadas com dois ex-primeiros-ministros, porém nenhum dos dois pertence aos partidos que lideram os protestos.
Gyanendra tomou o poder absoluto em fevereiro do ano passado, sob a promessa de que acabaria com a rebelião maoísta que já dura uma década, na qual mais de 13 mil pessoas morreram.
Ele prometeu que eleições seriam realizadas em abril do ano que vem, mas militantes dizem que ele não é confiável e que deveria abdicar do poder.
Na capital, a polícia atirou bombas de gás lacrimogênio em um grupo de jovens que protestava na área turística Thamel, que até então se mantinha mais ou menos imune à onda de protestos.
Houve conflitos em outras partes da cidade também.
Cidades começam a sofrer problemas de abastecimento de combustíveis e alimentos. Uma greve convocada para dar apoio às manifestações causou a subida de preços e o desabastecimento de combustíveis. Em Katmandu, há filas enormes nos postos de gasolina.
Segundo um instituto privado de pesquisas sobre consumo, o suprimento está parado, a despeito de ser uma atribuição do governo. Relatos dão conta de que o país tem estoques para um mês, mas o governo não está agindo, concentrado unicamente que está na repressão aos manifestantes.
No domingo, os partidos políticos conclamaram a população a parar de pagar impostos e taxas até que um governo democrático seja formado.
Uma grande manifestação está marcada para a próxima quinta-feira.
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