O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse há pouco que o Brasil não quer ser mediador entre os Estados Unidos e o Irã e assegurou que o real propósito do País é defender o desarmamento nuclear mundial. Amorim fez discurso há pouco na Organização das Nações Unidas (ONU) durante a 8.ª Conferência Mundial do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), realizada na sede da entidade em Nova York. O ministro afirmou que o objetivo do TNP, de criar um mundo livre de armas nucleares, "continua sendo pouco mais que uma miragem".
Amorim disse aos jornalistas, após seu discurso, que a conversa com a secretária de Estado dos EUA , Hillary Clinton, foi "respeitosa". No encontro realizado na tarde desta segunda-feira, Amorim contou que Hillary perguntou sobre a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, de 15 a 17 de maio. Segundo o ministro, os dois países ficaram de conversar após a viagem de Lula. Amorim disse que em nenhum momento ficou irritado com o encontro com a secretária, embora tenha parecido ficar contrariado ao final da reunião. "Eu não estava irritado, só precisava fazer uma ligação urgente", explicou.
Amorim disse ainda que, durante sua viagem ao Irã, pediu que o país fosse mais flexível e desse mais detalhamento sobre o enriquecimento de urânio à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), confirmando o propósito de fins pacíficos. Amorim minimizou também o discurso duro feito pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante a Assembleia da ONU. Ahmadinejad disse que os Estados Unidos é que deveriam ser fiscalizados, uma vez que foram eles que já usaram uma bomba atômica, e não o Irã. Para Amorim, o discurso de Ahmadinejad trata-se de "retórica" e o mais importante no momento são as iniciativas do Irã daqui em diante.
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